“O programa sustentável 2030 é um programa com 321 milhões de euros para os Açores que vai financiar vários portos, aerogares e pistas nos Açores. O principal projeto foi aquele que visitei ontem [domingo] na ilha das Flores”, disse a ministra do Ambiente e Energia, referindo-se ao porto das Lajes.
Maria da Graça Carvalho falava aos jornalistas, em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, após a apresentação dos investimentos previstos para a região ao abrigo do programa Sustentável 2030, que decorreu no Teatro Micaelense.
A ministra realçou que a comparticipação em cerca de 185 milhões de euros do porto das Lajes das Flores, que foi destruído pela passagem do furacão Lorenzo em outubro de 2019, “não vai sair da quota dos Açores” referente aos fundos europeus.
“É um projeto que não sai da quota dos Açores, é uma solidariedade do Governo da República, não prejudica os outros projetos dos Açores”, reforçou.
Maria da Graça Carvalho alertou, contudo, que a reconstrução da infraestrutura tem de estar concluída até 2029, devido aos prazos previstos no Sustentável 2030.
“A meio de 2029 espero que este novo porto seja uma realidade”, salientou, reconhecendo a “complexidade” da obra.
Além da reconstrução do único porto comercial da ilha das Flores, o investimento de 321 milhões de euros prevê intervenções nas aerogares da Terceira, Pico, São Jorge, Flores e Corvo, além de obras nos portos de Ponta Delgada, Horta e Praia da Vitória.
Na apresentação, a responsável pelo Sustentável 2030, Helena Pinheiro de Azevedo, adiantou que os investimentos têm como objetivo atingir 1,24 milhões de passageiros nos aeroportos e movimentar 2,25 milhões de toneladas nos portos.
Aos jornalistas, o presidente do Governo dos Açores (PSD/CDS-PP/PPM), José Manuel Bolieiro, elogiou as políticas do executivo nacional, liderado pelo social-democrata Luís Montenegro, afirmando que o “Estado está a cumprir com a integralidade” do território.
“Estou muito satisfeito. Não passámos agora a um exercício de palavras e expectativas, estamos agora mais fixados em concretizações e programações fidedignas relativamente à sua execução”, destacou.
José Manuel Bolieiro lembrou que os “açorianos foram penalizados” com o anterior Governo da República, liderado pelo socialista António Costa, que “faltou com o pagamento” previsto para o porto das Lajes.
“Tenho notado que há um Governo da República cada vez mais consciente e corresponsável em afirmar o desenvolvimento dos Açores como o desenvolvimento de Portugal. Aliás, Portugal é menos sem os Açores, desde logo na sua dimensão marítima”, salientou.
No domingo, a ministra do Ambiente e Energia defendeu que o novo porto comercial das Flores, destruído após a passagem do furacão Lorenzo pelos Açores, deve ser “mais resiliente” aos fenómenos naturais e apelou à rapidez na adjudicação da obra.
Na noite de 01 para 02 de outubro de 2019, os Açores foram fustigados pelo furacão Lorenzo, tendo sido registados prejuízos de cerca de 330 milhões de euros no arquipélago e decretada a situação de calamidade.
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