“Temos a convicção que está iminente a aprovação por parte da Comissão Europeia do mecanismo ibérico”, afirmou Duarte Cordeiro, na abertura da ‘Galp Electric Summit’, no Teatro Thalia, em Lisboa.

O ministro sublinhou que o mecanismo vai “garantir alguma previsibilidade nos preços máximos” da eletricidade.

“Há muitos países que estão a aproveitar estes momentos para andar para trás, Portugal não pode. Temos que aproveitar a oportunidade que temos do ponto de vista dos nossos recursos naturais e não olhar para estas crises como desculpa para retroceder”, vincou o governante.

O Governo aprovou, em 13 de maio, o mecanismo ibérico para limitar o preço do gás para a produção de eletricidade, que irá permitir reduzir a fatura da eletricidade às famílias e empresas, depois de, no final de abril, os governos de Portugal e Espanha terem chegado, em Bruxelas, a um acordo político com a Comissão Europeia para o estabelecimento de um mecanismo temporário que permitirá fixar o preço médio do gás nos 50 euros por megawatt-hora (MWh).

A intervenção de Duarte Cordeiro ficou marcada pela interrupção levada a cabo por ativistas climáticos, que se insurgiram contra o Governo e a Galp, com cartazes e entoando as palavras de Zeca Afonso “eles comem tudo e não deixam nada”, acabando por ser retirados da sala por elementos da Polícia de Segurança Pública (PSP).

“Os senhores reunidos aqui hoje neste palco são os que nos trouxeram ao caos climático. […] Quem monta uma expansão energética não a pode vender como transição”, disse um dos ativistas, que se colocou em cima de uma cadeira para falar, pouco tempo depois do início do discurso do ministro.

O ministro destacou ainda o leilão de produção energética eólica no mar (‘offshore’), que o Governo quer preparar durante este ano, para que a licitação ocorra em 2023, bem como os projetos que estão a ser desenvolvidos em Sines na área do hidrogénio.

“Portugal pode ser um produtor europeu de referência com elevado potencial exportador de hidrogénio, […] e para isso temos, obviamente, a necessidade de criar infraestruturas”, apontou Duarte Cordeiro, lembrando que há 715 milhões de euros disponíveis para investir nestas áreas, nos próximos cinco anos, além de “potenciais reforços”, se houver necessidade.