Carlos Martins pediu hoje a demissão, que foi aceite pelo primeiro-ministro, saindo do do Governo depois de ter sido noticiado, na quarta-feira, que nomeou o primo Armindo Alves para adjunto do seu gabinete.
Armindo Alves, que é primo do secretário de Estado do Ambiente, Carlos Martins, pediu a exoneração de funções logo que se soube da notícia, numa altura em que a oposição questiona as relações familiares entre membros do executivo.
Além das ligações diretas familiares no executivo já há muito conhecidas – Ana Paula Vitorino e Eduardo Cabrita, que são casados, e de José e Mariana Vieira da Silva, pai e filha – têm vindo a ser noticiados vários casos de nomeações de familiares de ministros e secretários de Estado do Governo para gabinetes de governantes e altos cargos públicos.
O caso mereceu também já comentários quer do atual Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, quer do anterior, Cavaco Silva.
No total, o Governo de António Costa já recebeu 11 pedidos de demissão (sendo a de Carlos Martins o 12.º), três dos quais foram de ministros: José Azeredo Lopes pediu demissão da Defesa Nacional em outubro de 2018, Constança Urbano de Sousa demitiu-se em outubro de 2017 da tutela da Administração Interna e João Soares saiu da Cultura em abril de 2016.
Nas secretarias de Estado, pediram demissão José Miguel Prata Roque (Presidência do Conselho de Ministros), Jorge Oliveira (Internacionalização), Fernando Rocha Andrade (Assuntos Fiscais), Carolina Ferra (Administração e Emprego Público), João Wengorovius Meneses (Juventude e do Desporto), Manuel Delgado (Adjunto e da Saúde), João Vasconcelos (Indústria) e Amândio Torres (Florestas e do Desenvolvimento Rural).
O XXI Governo iniciou funções em 26 de novembro de 2015 e a sua composição foi alterada pontualmente pela primeira vez cerca de dois meses depois, com a entrada de um novo secretário de Estado do Tesouro, em fevereiro de 2016.
Desde então, o primeiro-ministro, António Costa, mudou a composição do elenco governativo seis vezes, em abril de 2016, em julho, outubro e dezembro de 2017, em outubro de 2018 e em fevereiro deste ano, fazendo quatro remodelações ministeriais.
A recomposição do Governo de outubro de 2018, a maior desde a sua posse e a terceira ao nível ministerial, foi feita em outubro, após a demissão de José Azeredo Lopes do cargo de ministro da Defesa, que teve como base os desenvolvimentos do processo judicial sobre o desaparecimento de material militar da base de Tancos e o seu posterior reaparecimento.
Na altura, o primeiro-ministro retirou do executivo, além de Azeredo Lopes, outros três ministros: Adalberto Campos Fernandes, da Saúde, Manuel Caldeira Cabral, da Economia, e Luís Filipe Castro Mendes, da Cultura, substituindo-os, respetivamente por João Gomes Cravinho, Marta Temido, Pedro Siza Vieira e Graça Fonseca, que tomaram posse em 17 de outubro.
Também em outubro, a secretaria de Estado da Energia passou da Economia para a tutela do ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, passando o ministério a chamar-se do Ambiente e da Transição energética.
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