“É um investimento muito importante, onde dois ministérios e duas empresas de grande dimensão e capacidade técnica, dependentes desses ministérios, se colocam em conjunto a resolver um problema com vantagens para ambas”, afirmou.
O titular da pasta do Ambiente realçou que o investimento anunciado “ainda não vai conseguir dar frutos no próximo verão”, mas manifestou-se convicto de que este ano o problema de fornecimento de água “também não se colocará”.
O ministro falava aos jornalistas no final da cerimónia de assinatura de acordos entre a Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva (EDIA) e a AdP para projetos conjuntos para o reforço do abastecimento de água no Alentejo.
Após a cerimónia, que se realizou na Estação Elevatória do Estácio, perto de Beja, Matos Fernandes, acompanhado pelo ministro da Agricultura, Capoulas Santos, visitou as obras de construção da nova Estação de Tratamento de Água (ETA) da Magra.
A criação de novas ligações de condutas da EDIA a albufeiras e ETA geridas por empresas do Grupo AdP, o reforço de ligações atuais e a realização de estudos sobre outras infraestruturas de abastecimento são alguns dos investimentos previstos.
“Conseguirmos levar água desde aqui, por exemplo, até ao Complexo Industrial de Sines é muito importante para as empresas do Grupo AdP, que tem essa obrigação indireta, mas, ao mesmo tempo, uma grande conduta, que já hoje existe e que é propriedade e usada pela AdP, vai servir para que a EDIA leve água a algumas albufeiras na bacia do Sado”, exemplificou.
Segundo o governante, a bacia hidrográfica do Sado é a que apresenta “uma situação mais complexa” em todo o país, devido à seca, com menos de 30% da capacidade de água nas albufeiras.
“Se adaptar para o lado das pessoas e dos utilizadores é poupar, consumir menos água e ser mais eficiente, adaptar para o lado das entidades públicas é gerir o melhor possível os recursos que temos e este é um ótimo exemplo de boa gestão”, apontou.
O ministro disse que o Governo está a fazer “um conjunto vasto de dezenas de quilómetros de condutas”, prevendo que em 2019 “algumas já estarão disponíveis” para serem utilizadas, enquanto “outras só no ano de 2020″.
“Com este investimento, que é muito importante para resolver o problema do abastecimento público no Alentejo, vale a pena perceber-se que o Ministério do Ambiente tem em curso 60 milhões de euros de investimento no ciclo urbano da água no Alentejo”, assinalou.
Questionado pelos jornalistas sobre para quando está prevista a chegada da água de Alqueva à albufeira do Monte da Rocha, no concelho de Ourique, Matos Fernandes admitiu que “dificilmente” será antes de 2021.
Também em declarações no final da cerimónia, o ministro da Agricultura frisou que a concretização destes projetos demonstra a “capacidade múltipla” do empreendimento de Alqueva, indicando que os projetos da responsabilidade do seu ministério representam “um investimento de quase 70 milhões de euros”.
“É um esforço muito grande para enfrentar as adversidades climáticas a prazo e para demonstrar como nos últimos anos o uso eficiente da água permitiu que, com o mesmo reservatório básico, possamos ter mais área de regadio e criar mais emprego e mais riqueza”, observou Capoulas Santos.
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