"O Governo Regional não recusa a essa empresa nenhuma das ferramentas que tem neste momento disponíveis, mas o Governo não se pode substituir à função de entidade patronal desses trabalhadores e, portanto, tudo aquilo que nós disponibilizamos para essas situações está ao dispor, mas há questões que têm a ver com a própria entidade patronal e com a própria empresa", afirmou Vasco Cordeiro.
O governante falava à margem de uma audiência com o Grupo Pastoral Social de Ponta Delgada, no Palácio de Santana, onde lembrou que o executivo açoriano "tem acompanhado desde a primeira hora" este caso para "esclarecer os trabalhadores", lembrando que também compete à Cofaco fazer o mesmo.
"Não compete apenas ao Governo [Regional] esclarecer isso e, portanto, seria muito mau sinal se não houvesse da parte dos responsáveis dessa empresa uma postura de total transparência, de total esclarecimento", advogou.
O presidente do Governo Regional dos Açores assume a "preocupação" com o rendimento das pessoas afetadas, ressalvando, no entanto, que a Cofaco "não é uma empresa que faliu e fechou as portas", tendo uma "perspetiva de futuro".
"Estamos a falar de uma situação de uma empresa que interrompe o seu período de funcionamento assumindo o compromisso de voltar a contratar esses trabalhadores (...). Compreendo que isso não acalme, não diminua a ansiedade de quem se vê nessa situação, mas nesta prioridade de acautelar rendimento, as pessoas têm direito à sua indemnização, têm direito também ao apoio do fundo de desemprego, essa questão de rendimento está no fundo a ser acautelada e tratada neste âmbito", disse.
Vasco Cordeiro lembra que o executivo açoriano está a acompanhar "muito de perto e com muita atenção" esta matéria, nomeadamente "os contornos desse investimento do projeto que está em análise", tendo em conta "a dimensão e importância" da fábrica da Cofaco, na ilha do Pico.
"Uma das prioridades que temos é, o mais rapidamente possível, concluir a análise desse projeto de investimento de forma a que também o mais rapidamente possível as obras de construção dessa nova unidade possam iniciar-se para que também rapidamente ela possa estar concluída e passar à fase de contratar novamente trabalhadores", afirmou.
A administração da conserveira Cofaco informou esta terça-feira que iria proceder ao "despedimento coletivo" dos 180 trabalhadores da empresa.
A fábrica Cofaco, no concelho da Madalena, na ilha do Pico, vai manter os trabalhadores até abril, altura em que arrancam as obras para a construção da nova unidade industrial.
Os trabalhadores da conserveira Cofaco em Rabo de Peixe, na ilha de São Miguel, admitem fazer greve em solidariedade para com os quadros da empresa abrangidos pelo despedimento coletivo no Pico, uma decisão que poderá sair de um plenário de trabalhadores agendado para esta sexta-feira, às 15:00 locais (16:00 em Lisboa).
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