Os separatistas querem fazer-se ouvir e, sobretudo, mostrar que continuam a defender a independência daquela região de Espanha, considerando que a reunião é uma “provocação”.
O executivo socialista liderado por Pedro Sánchez decidiu realizar esta reunião semanal do Conselho de Ministros, depois de Sevilha ter sido, em outubro, a primeira capital de Comunidade Autónoma a receber este tipo de encontros.
O Conselho de Ministros vai estar rodeado de medidas de segurança excecionais, com vários milhares de polícias convocados para garantir a segurança dos participantes.
O grupo radical separatista denominado Comités de Defesa da República (CDR), conhecidos pela realização de ações contra a ordem pública, como o corte de vias, convocou através das redes sociais os seus fiéis à “batalha” para impedir a reunião.
“Quem não participar na batalha, participará na derrota”, escreveram na rede social Twitter, citando o dramaturgo, poeta e encenador alemão Bertolt Brecht, e fazendo um apelo a todos para estarem “às primeiras horas da manhã” no local em que se realiza o Conselho de Ministros.
Por seu lado, o movimento cívico independentista Ómnium Cultural anunciou a realização de um “Conselho Popular de Ministros” como forma de protesto “pacífico”.
A associação separatista ANC (Assembleia Nacional Catalã) também lançou um apelo aos seus militantes para bloquear com os seus veículos as ruas de Barcelona e marcou uma grande manifestação para as 18:00 (17:00 em Lisboa).
O Conselho de Ministros foi antecedido na quinta-feira, ao fim do dia, de um encontro entre o chefe do Governo espanhol, Pedro Sánchez, e o presidente do executivo catalão, Quim Torra.
Enquanto o Governo espanhol apresentou a reunião como um encontro entre os dois líderes, o executivo independentista catalão assegurou tratar-se de uma minicimeira entre dois Governos, como as que se realizam bilateralmente entre Espanha e Portugal ou França.
O processo de independência da Catalunha foi interrompido em 27 de outubro de 2017, quando o Governo central espanhol decidiu intervir nessa Comunidade Autónoma na sequência da realização de um referendo de autodeterminação organizado pelo executivo regional independentista em 01 de outubro do mesmo ano, que foi considerado ilegal.
As eleições regionais, que se realizaram a 21 de dezembro de 2017, voltaram a ser ganhas pelos partidos separatistas que continuam a defender a criação de uma República independente.
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