“A forma como olhamos para os resultados é exatamente no sentido, enquanto Governo, de seguirmos aquelas que são as recomendações que a DGS através dos seus peritos nos deixa e referir, claramente, que uma das indicações é a de que a vigilância das mulheres grávidas tem, naturalmente, de ser mais aprofundada e tem de ser feita de forma técnica e assistencialmente de forma mais adequada”, disse Ana Paula Martins.

A governante falava aos jornalistas em Portalegre, após ter inaugurado a sala de partos cirúrgico do hospital daquela cidade, que contou com um investimento superior a 1,1 milhões de euros.

A taxa de mortalidade infantil estabilizou e regressou aos níveis pré-pandemia e, nos últimos dois anos, as mortes maternas baixaram, segundo dados preliminares da DGS.

A informação foi avançada à agência Lusa pela diretora-geral da Saúde, Rita Sá Machado, a propósito dos relatórios que a DGS hoje divulga sobre a mortalidade infantil e materna no período 2017-2021.

“Aquilo que nós conseguimos ver, no caso da mortalidade materna, é que nos últimos dois anos, com análises preliminares, nós conseguimos ver até alguma diminuição e, no caso da mortalidade infantil uma estabilização, mas conseguimos ver que os níveis observados vão para aqueles níveis que eram os níveis pré-pandemia”, observou.

Para a ministra da Saúde tudo o que o Governo sabe em relação ao acompanhamento das mulheres grávidas “fica muito claro” no relatório, defendendo ainda que deve fazer parte do “grande esforço” que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) deve fazer nos próximos anos.

“Mas deixem-me dizer que também não era nada que nós não soubéssemos já. Nós sabemos e essa foi uma das razões que nos levou, no plano de emergência e transformação da saúde, a ter como um dos eixos as mães e os bebés, porque temos a consciência absoluta de que é preciso fazer aqui uma transformação importante para continuarmos a ser um dos países que melhores resultados tem tido nas últimas décadas”, recordou.

“Tem sido uma vitória do SNS continuarmos a ser um país que tem, de facto, indicadores na área materno-infantil muito positivos, isso mostra a nossa capacidade de resposta e também o nosso desenvolvimento”, sublinhou.

Outro dos temas abordados foi o acesso às urgências pediátricas da Região de Lisboa e Vale do Tejo, Leiria, Santarém, Caldas da Rainha e Área Metropolitana do Porto que vai exigir um contacto prévio com Linha SNS 24, segundo uma portaria publicada na quarta-feira.

Estas urgências integram um projeto-piloto para testar o Plano de Reorganização para as Urgências de Pediatria, antes de ser alargado a todo o país, de acordo com a portaria publicada em Diário da República e que foi anunciada em outubro de 2024.

“O que queremos é que as crianças sejam, efetivamente, em situação de doença aguda vistas onde devem ser vistas, ou seja, os casos mais graves e triados como mais graves e que felizmente não são a maioria, sejam vistos em urgências especializadas”, disse Ana Paula Martins.

“Aqueles que sendo doença aguda que também necessita de ser vista num prazo curto, mas que não tem a mesma gravidade, serem de facto encaminhadas para os centros de atendimento clínico pediátrico e, sobretudo, este modelo exige tal como acontece na obstetrícia, exige efetivamente que as equipas sejam equipas multidisciplinares”, acrescentou.