Margarida Balseiro Lopes disse que o digital é um desafio não apenas do Governo ou do Estado, mas do país: “Temos de ter a capacidade de envolver a administração pública, as empresas, a academia e, sobretudo, as pessoas, porque é para elas que as ações e a tecnologia servem”.

A governante revelou que vai iniciar na próxima semana um roteiro para ouvir o país, “na construção daquela que virá a ser a Agenda Nacional de Inteligência Artificial”.

“Vamos começar ouvindo um grupo de peritos que convidámos para aquilo que é o comité de acompanhamento da Agenda Nacional de Inteligência Artificial, presidida pelo professor Arlindo Oliveira, que dispensa apresentações, e que integrará mais pessoas no caso, a Daniela Braga, o Paulo Dimas e a Gorete Marreiros, presidente na Associação Portuguesa para a Inteligência Artificial”, apontou.

O roteiro vai iniciar-se com sessões presenciais – “porque o presencial também é relevante” – e públicas em Lisboa, Évora e Porto.

“Vamos ouvir quem se quiser inscrever e contribuir na construção desta agenda. Vamos, obviamente, correr o país presencialmente e permitir ainda que, durante este mês, as pessoas iniciem o envio dos seus contributos para aquilo que deve ser o posicionamento do Estado português em matéria de inteligência artificial”, reforçou.

Margarida Balseiro Lopes, que falava durante a inauguração da loja inteligente Bom Dia São Romão, em Leiria, sublinhou que o Governo fará este caminho enquanto líder “na adoção da tecnologia” e utilizando-a para o país ser “mais competitivo, produtivo e conseguir criar soluções que melhorem, simplifiquem e facilitem a vida das pessoas”.

“Para fazermos isto, temos de ter a capacidade de ouvir os especialistas, as empresas, a academia e as pessoas, e trabalhar em parceria”, insistiu.

A governante acrescentou que outra das preocupações do Governo é a “necessidade que o país tem em vários domínios em utilizar de forma inteligente os dados que recolhe”.

“Esta é uma grande preocupação do Governo que, na Estratégia Nacional de Territórios Inteligentes, tinha como objetivo envolver 75 municípios. Fomos tão bem-sucedidos que envolvemos quase 300 municípios, o que obviamente vai obrigar o Governo a reforçar [o programa] financeiramente, mas pelas melhores razões, porque significa que vamos chegar a todo o país, como era o objetivo do Governo”.

O grande modelo de linguagem (LLM) português Amália, que tem por trás a mesma tecnologia do ChatGPT, tem “previsto um investimento de 5,5 milhões de euros”, anunciou o Ministério da Juventude e Modernização, em 29 de novembro de 2024.

“É uma prioridade do Governo português o desenvolvimento e lançamento do primeiro LLM de língua portuguesa de Portugal, o Amália, ‘Assistente Multimodal Automático de Linguagem com Inteligência Artificial'”, uma iniciativa que “é a primeira divulgada no âmbito da Agenda Nacional de Inteligência Artificial que será apresentada de forma consolidada no primeiro trimestre de 2025”, referia o Governo, em comunicado, naquela ocasião.

EYC (ALU) // SSS

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