Em nota enviada às redações, o Ministério da Administração Interna (MAI) confirmou a detenção por parte da Polícia de Segurança Pública (PSP) de um indivíduo suspeito pela intrusão e furto na Secretaria-Geral do MAI (SGMAI), decorrida na madrugada da passada quarta-feira, 28 de agosto.

A informação já tinha sido adiantada esta segunda-feira, mas só agora foi confirmada formalmente pelo Governo. Em causa está o assalto à secretaria-geral do Ministério da Administração Interna (MAI), na Rua de São Mamede, em Lisboa, de onde foram levados oito computadores portáteis, e que terá ocorrido porque o assaltante conseguiu entrar no espaço ao subir pelos andaimes de um prédio contíguo em obras.

De acordo com o comunicado, a detenção decorreu "na passada segunda-feira, 2 de setembro, pelas 19h20, por parte da Polícia de Segurança Pública (PSP) — que tomou, então, conta da ocorrência — de um indivíduo de 39 anos responsável pela intrusão e furto no edifício".

Na mesma nota, o Governo esclarece que, ao contrário do que já foi avançado, não só o assalto não foi ao edifício onde funciona o Ministério da Administração Interna — já que este "como é do conhecimento de todos, funciona na ala oeste da Praça do Comércio (Terreiro do Paço)" — como nega que terá ocorrido devido a problemas no sistema de videovigilância.

"Esclarece-se, ainda, que contrariamente ao que vem sendo propalado, não corresponde à verdade que as câmaras de videovigilância, do edifício que sofreu a intrusão, estivessem avariadas ou desligadas, na altura da intrusão, já que estavam a funcionar normalmente e as imagens eram visíveis no respetivo posto de controlo", afirma o Governo. Ainda assim, o MAI admite que terá havido "uma falha na gravação de imagens", o que, contudo, ressalva ser "uma coisa distinta do que vem sendo propalado por várias fontes não fidedignas", e que isso não impediu "a identificação do suspeito e a sua, agora, detenção". 

Na mesma nota, o executivo confirma ainda que o assalto resultou no furto de oito computadores que estavam na SGMAI, mas que, destes, "só dois estavam a uso e os restantes eram computadores de reserva/substituição". Todavia, quer num caso, quer noutro, "não existiu, nem existe, qualquer risco de acesso a qualquer informação e ou documentos, confidenciais ou não".

"Mais se esclarece que os computadores furtados eram meros terminais de acesso a informação sediada em servidor e, logo, não acessível apenas com o computador, sem acesso à mesma. Ainda, assim, estes computadores não estavam, nem estiveram, ligados, nem tem acesso, a informação classificada ou de relevância", completa a nota. 

O Governo afirma ainda que a detenção do suspeito decorreu após uma investigação levada a cabo pela Divisão de Investigação Criminal de Lisboa da PSP. "De acordo com as informações recolhidas, o detido tem já um vasto histórico criminal, cumpriu pena de prisão em França, por crimes de igual natureza, evadindo-se daqueles estabelecimentos prisionais e terá regressado a Portugal no início do presente ano, vindo, desde então, segundo está a apurar-se, a praticar ilícitos da mesma natureza".

"O detido vai ser presente à Autoridade Judiciária competente para efeitos de 1º Interrogatório Judicial, para aplicação das respetivas medidas de coação", informa o comunicado, onde o MAI faz questão de lembrar ainda que não prestou esclarecimentos mais cedo para não prejudicar "as investigações criminais que foram de imediato desencadeadas" após o assalto.

"O Ministério da Administração Interna, como sempre referiu, está e estará sempre disponível para prestar os devidos esclarecimentos de forma oportuna, como o faz agora, e não no decorrer das investigações que estiveram em curso, já que, como se disse, poderiam comprometer o resultado e desfecho das mesmas sobre esta matéria, como agora veio a acontecer", termina.