"Portugal congratula-se pela decisão do Comité Nobel Norueguês, que atribuiu o Prémio Nobel da Paz a Narges Mohammadi", afirmou hoje o Ministério dos Negócios Estrangeiros, em comunicado, lembrando que a escolha se deveu à "luta contra a opressão das mulheres no Irão" e por "promover os direitos humanos e a liberdade para todos".

O ministério liderado por Gomes Cravinho saúda ainda o trabalho da ativista iraniana, referindo que "simboliza o esforço empreendido por muitas e muitos, no Irão e em outras partes do mundo, em prol dos direitos humanos e, em particular, na defesa dos direitos das mulheres".

"A defesa intransigente dos direitos humanos é uma prioridade transversal da política externa portuguesa", conclui o ministério.

O Prémio Nobel da Paz 2023 atribuído a Narges Mohammadi pretende reconhecer "as centenas de milhares de pessoas que, no ano passado, se manifestaram contra as políticas de discriminação e opressão do regime teocrático do Irão contra as mulheres", explicou o Comité do Nobel durante o anúncio da escolha.

"O lema adotado pelos manifestantes - "Mulher-Vida-Liberdade" - expressa adequadamente a dedicação e o trabalho de Narges Mohammadi", explicou a presidente do Comité Norueguês, Berit Reiss-Andersen, que anunciou o prémio em Oslo.

Narges Mohammadi, que está atualmente presa, foi elogiada ainda pela sua "corajosa luta pela liberdade de expressão e pelo direito à independência" que, como reconheceu o Comité do Nobel, "acarretou enormes custos pessoais".

No total, adianta a fundação, o regime do Irão deteve esta ativista dos direitos humanos 13 vezes, condenou-a cinco vezes e sentenciou-a a um total de 31 anos de prisão e 154 chicotadas.

"O comité do Nobel espera que o Irão liberte a ativista iraniana de direitos humanos Narges Mohammadi, vencedora do Prémio Nobel da Paz de 2023, para receber o seu prémio em dezembro", disse a presidente do comité, sublinhando que essa será "a decisão certa".