Pelo menos 75 artefactos pertencentes a Nelson Mandela, o primeiro presidente negro do país africano democraticamente eleito em 1994 após 27 anos na prisão na Ilha de Robben, serão leiloados no próximo dia 22 de fevereiro pela Guernsey’s, em Nova Iorque, após um acordo com a família Mandela representada pela sua filha, Makaziwe Mandela.
Entre os artefactos, que o Governo do Congresso Nacional Africano (ANC, no poder), considera ser de “significado histórico” e que “devem ser preservados no país”, está o “bilhete de identidade” de Mandela após a sua libertação da prisão em 1990.
“O ex-presidente Nelson Mandela é parte integrante da herança da África do Sul. A sua vida, experiências e o seu legado vivem na nossa consciência e nos valores que promovemos como país”, frisou nesta quinta-feira o ministro do Desporto, Artes e Cultura, Zizi Kodwa.
Nesse sentido, o governante sul-africano sublinhou, em comunicado, ser importante o país preservar o legado do ex-presidente Mandela e garantir que “o trabalho e as experiências da sua vida permaneçam no país para as gerações vindouras”.
“É importante para nós registarmos e contarmos as nossas histórias para aprofundar a nossa herança. O legado do antigo presidente Mandela e de muitos outros que contribuíram para levar a África do Sul até onde se encontra hoje como nação livre, democrática e culturalmente diversa, não pode ser esquecida”, adiantou.
Zizi Kodwa reiterou o apoio do Governo a uma ação judicial da Agência Sul-Africana de Recursos do Património (SAHRA, na sigla em inglês), a entidade responsável pela preservação do património cultural do país, para preservar “a rica herança do país”.
Em 28 de dezembro de 2023, a SAHRA, juntamente com o Ministério do Desporto, Artes e Cultura e o Museu da Ilha de Robben, apresentou um pedido de autorização para recorrer da decisão do Tribunal Superior relativa “à exportação não autorizada para exposição ou venda em leilão de itens associados ao ex-presidente Nelson Mandela”, segundo o governo sul-africano.
“Embora esta questão ainda esteja em tribunal, a SAHRA e o Ministério notaram com preocupação o leilão iminente de itens associados ao ex-presidente Mandela”, refere-se no comunicado ministerial a que a Lusa teve acesso.
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