Graça Freitas respondia a questões levantadas por jornalistas, à margem de uma visita a uma escola em Lisboa, sobre se o país pode avançar para outras fases de desconfinamento, que incluam a abertura de discotecas ou eventos com mais público.
“Nós temos que ter muita calma. A vacinação é de facto um instrumento extraordinário, mas temos que aguardar”, defendeu Graça Freitas.
A diretora-geral da Saúde deu o exemplo do que se está a passar nas Seychelles, um território pequeno que tem cerca de 50% da sua população vacinada e teve que entrar em confinamento hoje com “medidas bastante drásticas”.
Adiantou que Portugal terá elevadas taxas de vacinação no final do verão e depois continuará a vacinar todas as faixas etárias, apelando, por isso, à contenção nesta fase.
“Todo o esforço que fizermos, todos os bons números que alcançamos têm que ser mantidos e, portanto, vamos ter um bocadinho mais de calma”, disse, salientando que não é pelo facto de as pessoas estarem vacinadas ou com imunidade natural, porque contraíram a doença, que se deve baixar a guarda.
Sobre a situação epidemiológica em Portugal, adiantou que “tudo indica” que está a haver contenção por parte da população, tendo em vista os números.
“Tudo indica que estamos de facto a ser cuidadosos, como cidadãos (…) a questão de haver medidas cirúrgicas para determinadas zonas também é muito útil, porque impede a dispersão da doença, mas o estar a correr bem deve incentivar-nos ainda mais de continuarmos a fazer tudo para que continue a correr bem”, sustentou.
Portanto, realçou, “ainda não está na altura de levantar o pé e de começar uma vida totalmente normal”.
“Vamos vivendo o dia a dia com a liberdade que este vírus nos vai dando e com as nossas medidas que se devem manter e vamos com calma, ainda temos de vacinar mais pessoas e ainda temos que consolidar cada fase do plano de desconfinamento”, acrescentou.
Sobre a testagem nas escolas, disse que “é mais uma medida”, que se junta a um conjunto de outras para combater a pandemia.
“A testagem nas escolas tem a vantagem de poder identificar precocemente alguém que seja positivo para poder retirá-lo do ambiente escolar e obviamente diminuir o risco de transmissão”, salientou.
Segundo Graça Freitas, há bastantes surtos de covid-19 nas escolas no país, mas são “habitualmente pequenos”.
A este propósito, deixou uma palavra de agradecimento às equipas de saúde pública, ao Ministério da Educação e às escolas, em particular, “que têm feito este movimento de testar e isolar”, bem como aos educadores, aos pais e aos cuidadores que também têm colaborado.
“Isto é um movimento que consolida as medidas de confinamento e é nessa consolidação que todos temos de trabalhar, com medidas de vários setores, com a vacinação, a testagem e isolamento” e medidas como a lavagem das mãos, disse, aludindo ao Dia Mundial da Higiene das Mãos.
Na Escola Básica Frei Luís de Sousa, em Lisboa, Graça Freitas deu uma “aula” aos alunos sobre os benefícios de lavarem bem as mãos e como podem ser agentes de saúde pública, ensinado os outros a prevenirem doenças.
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