O rio, que se estende por 1.700 quilómetros através da Colômbia, Venezuela e Brasil, bateu o seu recorde mais baixo até à data, registado em junho de 2010 com 13,63 metros, no meio de uma das piores secas de que há memória na região amazónica.
Desde o início de julho, o caudal do rio Negro, assim chamado pelo tom escuro das suas águas, diminuiu 14,4 metros, ou seja para metade, passando de 28 metros para o nível atual.
A diminuição do caudal dos rios que compõem a bacia amazónica complicou a navegação dos navios cargueiros, dos quais a região depende para importar e exportar mercadorias.
Em alerta, a Associação Brasileira de Armadores Costeiros prevê que a seca deste ano impeça o transporte de 50% das mercadorias e que, “no pior cenário”, a navegação deixe de ser possível.
Os problemas de baixo caudal têm-se agravado nos últimos 10 anos e, como consequência, entre outubro e novembro de 2022 as autoridades impuseram limites de até 50% à navegação fluvial, segundo a associação.
Manaus abriga o segundo maior porto do Brasil em volume de carga e é essencial para o transporte de matérias-primas extraídas da região, além de eletrodomésticos e produtos químicos fabricados na capital regional.
O Governo do Presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, prometeu há duas semanas investir 138 milhões de reais (cerca de 25 milhões de euros) em obras de drenagem dos rios Madeira e Solimões para melhorar a navegação, bem como na ajuda ao combate aos incêndios que se multiplicam na região.
A combinação de altas temperaturas, ligadas ao fenómeno El Niño, e o baixo fluxo dos afluentes do Amazonas causou a morte entre setembro e outubro de mais de 140 golfinhos de duas espécies ameaçadas de extinção.
Nos meses de junho, julho e agosto, Manaus registou 131 milímetros de chuva, quando a média histórica daquele trimestre é de 202 milímetros, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia.
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