O primeiro-ministro de Itália, Mário Draghi, saudou o que considerou ser “uma etapa importante para a preservação da lagoa veneziana”, algo que tem preocupado ativistas ao longo de várias décadas, devido ao intenso tráfego de grandes embarcações turísticas registado naquela zona e as respetivas consequências ao nível da segurança e do ambiente.
A medida agora anunciada entrará em vigor a partir do dia 01 de agosto.
O decreto-lei aprovado pelo executivo italiano declara ainda como “monumento nacional”, o que significa que passa a ser um espaço protegido, o canal que passa junto à famosa Praça de São Marcos e da ilha de Giudecca, em Veneza, por onde navegavam as grandes embarcações.
Até agora, estes navios, turísticos ou comerciais, navegavam em frente à Praça de São Marcos para viajar ao longo do Canal da Giudecca em direção à Estação Marítima, o porto onde atracavam, no extremo ocidental da ilha.
A proibição de navegação afeta, em concreto, navios com mais de 25.000 toneladas, com mais de 180 metros de comprimento, com mais de 35 metros de altura e que produzam mais de 0,1% de enxofre nas suas emissões.
O ministro da Cultura italiano, Dario Franceschini, explicou que esta medida “era inadiável” e que tinha de ser assumida antes da próxima sessão do Comité do Património da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), que irá estudar o estado de conservação de Veneza, conhecida como a ‘cidade dos canais’.
Em 2012, a agência da ONU já tinha pedido ao Governo italiano para procurar alternativas ao tráfego marítimo na área da lagoa de Veneza.
Com efeito, o fim da passagem de grandes navios foi uma das condições posteriormente impostas para evitar a retirada da lista de cidades consideradas como Património Mundial da Humanidade.
Em junho passado, a UNESCO indicou que a cidade italiana podia juntar-se à lista de patrimónios em risco devido às ameaças que ainda enfrentava. Uma dessas ameaças era o facto de ainda haver muitos navios de cruzeiro a atracar no centro da cidade.
Veneza (e sua lagoa) faz parte da lista do Património Mundial da UNESCO desde 1987.
Em maio passado, o parlamento italiano aprovou uma lei para retirar os grandes navios de cruzeiro da lagoa veneziana.
Agora, o Governo liderado por Draghi definiu uma data específica para a proibição, estabeleceu os requisitos de navegação e indicou novos pontos para o atracamento das embarcações.
O novo decreto estabelece igualmente compensações monetárias a favor das companhias de navegação e do gestor portuário, entre outros beneficiários, afetados por esta proibição.
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