Numa mensagem vídeo publicada na sua conta na rede social Twitter, e também no sítio de Internet do Conselho da União Europeia, no dia em que a Grécia sai formalmente do seu terceiro programa de ajuda externa, Centeno começa por sublinhar que “hoje é um dia especial para a Grécia”, pois chega ao fim “um trajeto longo e sinuoso”.
“Mas isso agora é História. Hoje, o crescimento económico melhorou, estão a ser criados novos postos de trabalho, regista-se um excedente orçamental e comercial, e a economia foi reformada e modernizada”, afirma Centeno, acrescentando ter noção de que “estes benefícios ainda não são sentidos em todos os quadrantes da população”, mas garantindo que, “gradualmente, serão”.
Segundo Centeno, “a Grécia enfrenta agora uma nova realidade”, em que “não há mais ações prévias” (as medidas de ajustamento que Atenas tinha que honrar perante os credores para receber os empréstimos), “mas também não há mais desembolsos”.
“A Grécia reconquistou o controlo pelo qual lutou. Com controlo, vem a responsabilidade. Os gregos pagaram caro as más políticas do passado, pelo que voltar atrás seria um erro prejudicial”, sublinhou então o presidente do Eurogrupo.
A concluir, Centeno lembra que “a Grécia está agora numa posição na qual pode gozar plenamente a pertença à zona euro, sujeita às mesmas regras dos restantes membros da área do euro”.
“Nesse sentido, a Grécia regressou hoje à normalidade. Por isso, bem-vindos de volta”, conclui.
A Grécia concretiza hoje a saída do seu terceiro programa de assistência, numa data histórica para o país e para a zona euro, que vira a página sobre oito anos de resgates.
A Grécia, o país europeu mais atingido pela crise económica e financeira, foi o primeiro e último a pedir assistência financeira – e o único “reincidente” –, e a conclusão do seu terceiro programa assinala também o fim do ciclo de resgates a países do euro iniciado em 2010, e que abrangeu também Portugal (2011-2014), Irlanda, Espanha e Chipre.
Face às características únicas da (tripla) assistência prestada ao país, e às fragilidades que a sua economia ainda revela, a Grécia será alvo de uma “vigilância pós-programa reforçada”, com missões de três em três meses, para garantir que Atenas prossegue, nesta nova era pós-resgates, uma “política orçamental prudente”.
Comentários