“A igreja católica através da Conferência Episcopal quer contribuir para uma eleição democrática, justa, transparente e livre, para que todos os cidadãos possam expressar o seu direito ao voto”, disse aos jornalistas o responsável da Comissão Nacional de Justiça, Paz e Integridade da Criação (JPIC), o padre Júlio Crispim.
“Nesse sentido vamos ter uma equipa de observação eleitoral durante a eleição parlamentar em todo o território nacional, com um observador em cada centro de votação, e observadores que acompanharão todo o processo, desde a campanha até à votação e contagem”, referiu.
A equipa de observação eleitoral vai ser liderada por duas organizações da Conferência Episcopal Timorense (CET), nomeadamente a JPIC e a Organização da Igreja para os Assuntos Sociais (OIPAS), num programa apoiado pela Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID), pelo International Republican Institute (IRI) e pelo Catholic Relief Services (CRS).
A OIPAS, que agora funciona sob alçada da JPIC já tinha tido uma equipa de observadores nas eleições presidenciais de 2022.
“Do ponto de vista da Igreja Católica, a eleição democrática é uma oportunidade para todo o povo, a cada cinco anos, escolher os seus representantes de entre os partidos que se registarem no tribunal para participar”, recordou.
“A Igreja Católica apela a todos os cidadãos, a todos os católicos para que participem ativamente no processo com responsabilidade, com consciência de que o voto vale cinco anos. Olhem para o programa de desenvolvimento de cada partido, de como pretendem servir para melhorar as condições de vida da população durante cinco anos. Vejam se os programas correspondem aos desejos, às necessidades da população, do desenvolvimento nacional”, vincou.
João Belo, da OIPAS e responsável da equipa de observação, disse que no terreno estarão cerca de 90 observadores de longo prazo, que acompanharão todo o processo eleitoral, a que se somam um observador por cada centro de votação, ou cerca de 1.400.
“Vamos monitorizar todos os aspetos do processo, desde a campanha, a instalação dos centros de votação, aspetos relacionados com a votação em si, durante o período de abertura e fecho das urnas e o apuramento dos resultados”, explicou.
“Orientámos os nossos observadores para acompanharem depois as urnas até aos centros de apuramento municipal. E teremos equipas no centro de apuramento nacional até ao final do escrutínio”, disse, referindo que a observação custará mais de 500 mil dólares financiados pelos vários parceiros.
Numa referência ao contexto político atual, Crispim recordou que “a história não garante desenvolvimento, a emoção pessoal não trás vantagens ao desenvolvimento do país e que apenas um bom programa de desenvolvimento” permite que Timor-Leste melhore.
Os eleitores timorenses vão a votos no próximo dia 21 de maio para eleger os 65 deputados do Parlamento Nacional, com os partidos e coligações a terem até à próxima semana para registar as suas candidaturas junto do Tribunal de Recurso.
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