A greve dos trabalhadores do SUCH regista hoje uma adesão superior a 80% no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), afetando os serviços de alimentação, bares e lavandaria, disse à agência Lusa António Baião, do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Centro.
“Verifica-se uma adesão à greve quase total”, acrescentou.
O sindicalista admite que hoje “não vai haver refeições para os profissionais”, nas diferentes unidades do CHUC, ou que, pelo menos, o Serviço de Utilização Comum dos Hospitais, das Lavandarias, Resíduos, Manutenção e Alimentação (SUCH) “não tem condições” para assegurar este serviço com a qualidade que se exige.
Presidido pelo professor universitário Fernando Regateiro, o CHUC integra, entre outras unidades, os Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC), o Hospital Pediátrico, o Hospital dos Covões e as maternidades Daniel de Matos e Bissaya Barreto, entre outras, onde laboram cerca de 1.500 trabalhadores afetos ao SUCH.
“Já há dificuldade na distribuição das refeições aos doentes”, apesar de estarem a ser cumpridos os serviços mínimos fixados na lei, sublinhou António Baião.
No polo principal do CHUC, os serviços mínimos estão a funcionar, “mas também com muita dificuldade”, enquanto “os refeitórios e mesmo alguns bares estão fechados”, acrescentou.
Uma fonte do CHUC confirmou que os serviços mínimos estão a ser cumpridos, mas optou por não comentar eventuais impactos locais desta greve nacional.
Durante uma concentração na entrada principal do centro hospitalar, o sindicato e os trabalhadores distribuíram um documento aos utentes e profissionais de saúde em que esclarecem as razões da greve.
“Pedimos desculpa pelo incómodo, mas o que nos move é e será sempre exigir melhores condições de vida e de trabalho para servir-vos melhor”, afirmam.
Entre outras reivindicações, os trabalhadores dos SUCH reclamam aumentos salariais de 4%, “no mínimo 40 euros”, atualização do subsídio de refeição para 4,77 euros por dia, regime de cinco diuturnidades a vencer de quatro em quatro anos, no valor de 20 euros cada, e subsídio de risco no valor de 50 euros por mês.
Na região Centro, foram realizadas na manhã de hoje idênticas concentrações em Viseu e Castelo Branco, junto aos hospitais São Teotónio e Amato Lusitano, respetivamente, onde a greve teve também “níveis elevados” de adesão, segundo António Baião.
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