O Ministério vai divulgar semanalmente o número de cirurgias adiadas face às que estavam previstas em cada um dos sete centros hospitalares atingidos pela greve até 28 de fevereiro, data em que termina a paralisação.
A maioria de cirurgias não realizadas registou-se no Centro Hospitalar Universitário do Porto (adiadas 186 das 287 previstas - 65%), seguindo-se o Centro Hospitalar Universitário de São João, no Porto (adiadas 178 das 263 previstas – 68%), o Centro Hospitalar Entre-Douro e Vouga ( 106 adiadas das 131 previstas – 81%), o Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia e Espinho (65 adiadas das 177 previstas – 38%) e o Hospital de Braga (65 adiadas das 172 previstas).
Seguem-se o Hospital Garcia de Orta, com 34 das cirurgias adiadas das 68 previstas (50%) e o Centro Hospitalar de Tondela e Viseu, com 11 cirurgias adiadas das 35 previstas, segundo os números o ministério.
Na semana passada, numa entrevista à RTP, a ministra da Saúde, Marta Temido, disse estar a equacionar usar meios jurídicos face à nova greve, por entender que levanta “um aspeto muito sério sobre questões éticas e deontológicas”.
Na altura, numa resposta enviada à agência Lusa, o MS disse estar a avaliar juridicamente as várias ações que poderia desenvolver, designadamente a análise pelo Conselho Consultivo da PGR do exercício do direito à greve e licitude do financiamento colaborativo, entre outras questões relacionadas com a paralisação em causa, além de estar igualmente a avaliar a possibilidade de recurso à requisição civil.
Esta segunda greve dos enfermeiros dos blocos operatórios abrange até ao dia 07 de fevereiro sete centros hospitalares: Centro Hospitalar S. João (Porto), Centro Hospitalar e Universitário do Porto, Centro Hospitalar de Entre Douro e Vouga, Gaia/Espinho, Tondela/Viseu, Braga e Garcia de Orta.
Entre 08 e 28 de fevereiro decorre também no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, Centro Hospitalar Lisboa Norte e Centro Hospitalar de Setúbal.
Há serviços mínimos decretados para esta greve, como qualquer outra no setor da saúde. Na primeira greve cirúrgica, os enfermeiros foram até além do que está estabelecido nos serviços mínimos, por acordo com os hospitais.
Os serviços mínimos estabelecidos para estas greves prolongadas às cirurgias foram já criticados pela Ordem dos Médicos e pela Associação dos Administradores Hospitalares, que os consideram insuficientes.
A primeira greve, que durou mais de um mês e decorreu em cinco hospitais, levou ao cancelamento de quase 8.000 cirurgias. Das cirurgias que foram adiadas, o Ministério da Saúde diz que foi possível realizar já 45% até ao final deste mês.
[Notícia corrigida às 20h51 - O número de cirurgias adiadas é 645, e não 650]
[Notícia atualizada às 21h00]
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