Segundo este dirigente sindical, alguns hospitais registam uma adesão de 100%, como São João (Porto), e outros pararam a sua atividade, nomeadamente programada, devido ao protesto.
No Hospital Santo António (Porto), a atividade cirúrgica programada está parada e no Pedro Hispano (Matosinhos) os serviços ficaram a “meio-gás”.
Em Lisboa, os hospitais que compõem o Centro Hospitalar de Lisboa Central (CHLC) registaram uma adesão de 80%, segundo as contas do SE.
Também na Guarda e Castelo Branco, a adesão que “começou incipiente” acabou por atingir adesões na ordem dos 75% a 80%, segundo José Azevedo.
O sindicalista acredita que a adesão ronda, em média, os 85% a nível nacional.
A greve, marcada pelo Sindicato Independente dos Profissionais de Enfermagem (SIPE) e pelo SE, começou às 00:00 de hoje e decorre até às 24:00 de sexta-feira.
Este primeiro dia de greve ficou ainda marcado por várias manifestações de enfermeiros frente a alguns dos principais hospitais portugueses, nomeadamente no Porto, Coimbra e Lisboa.
Os enfermeiros gritaram palavras de ordem e algumas das reivindicações que estão na base deste protesto de cinco dias.
A greve foi marcada como forma de protesto contra a recusa do Ministério da Saúde em aceitar a proposta de atualização gradual dos salários e de integração da categoria de especialista na carreira.
Na quinta-feira, os hospitais foram alertados pela tutela para estarem atentos a “eventuais ausências de profissionais de enfermagem” durante o período da greve, cuja marcação foi considerada irregular pela secretaria de Estado do Emprego.
A circular enviada pela Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) recordava que o protesto foi irregularmente convocado e informava que “eventuais ausências de profissionais de enfermagem neste contexto devem ser tratadas pelos serviços de recursos humanos das instituições nos termos legalmente definidos quanto ao cumprimento do dever de assiduidade”.
A ACSS refere ainda que “devem os órgãos de gestão dos estabelecimentos do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e do Ministério da Saúde providenciar para que o normal funcionamento dos serviços e da prestação de cuidados não sejam postos em causa”.
Na sexta-feira, o ministro da Saúde acusou os enfermeiros especialistas em protesto de atropelarem a lei, a ética e moral, considerando que têm tido um comportamento errático e irregular.
Em entrevista ao Jornal da Noite da SIC, Adalberto Campos Fernandes disse que não existe “nenhuma guerra com os 42 mil profissionais de enfermagem”, mas sim com um grupo que tem “violado todos os princípios da lei e da ética”.
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