“Ao aderirem de forma expressiva à greve convocada pelos sindicatos, os médicos deram ao Governo um sinal claro que devem ser respeitados”, disse.
Nos hospitais de Viana do Castelo e Póvoa de Varzim/Vila do Conde encerraram os blocos operatórios, em Matosinhos apenas uma sala esteve a funcionar com um doente oncológico e, no Porto, estiveram só duas salas abertas, revelou.
“Se a isto se adicionar os cerca de 80% de adesão a nível dos Cuidados de Saúde Primários poderemos concluir que estamos perante um sério aviso ao Governo”, vincou o sindicalista.
Jorge Roque da Cunha frisou que os médicos preocupam-se, em primeiro lugar, com os utentes, mas estão “cansados” de serem “discriminados negativamente”.
Acrescentando que “só a intransigência e falta de honestidade negocial” do Ministério da Saúde e do Governo PS fizeram com que os médicos paralisassem.
“A recusa em reverter ao pré-troika matérias laborais que não salariais é uma manifestação de obstinação e falta de entendimento”, reforçou.
O sindicalista salientou que recorrer a argumentos financeiros e ao estado do país, quando se alocam centenas de milhões de euros para bancos, é uma “afronta” ao trabalho e dedicação dos médicos ao Serviço Nacional de Saúde.
Hoje é a vez de estarem em greve os médicos do Norte e na próxima semana paralisam os da região Centro. Na semana seguinte a greve acontece na zona sul e em novembro haverá um dia de greve nacional.
Os médicos reclamam a redução de 18 para 12 horas semanais no serviço de urgência, bem como a diminuição dos utentes por médico de família de 1.900 para 1.500 utentes.
A greve foi convocada pelos dois sindicatos médicos — Sindicato Independente dos Médicos e Federação Nacional dos Médicos.
Os sindicatos queixam-se de que estão há um ano em “reuniões infrutíferas” com o Governo.
Contudo, numa das últimas reuniões, o Ministério da Saúde anunciou ter sido acordada uma das reivindicações sindicais: a redução de 200 para 150 horas anuais obrigatórias de trabalho suplementar.
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