Numa nota enviada à agência Lusa, a easyJet refere que, “até ao momento, a adesão à greve da tripulação tem sido de 73%”, salientando que “a maioria dos voos programados para hoje serão realizados no período da tarde, o que pode influenciar positivamente estes números ao longo do dia”.
“Para referência, temos oito voos agendados para a manhã e 22 para a tarde”, detalhou.
Contactada pela Lusa, Ana Dias, do SNPVAC, apontou, contudo, um nível de adesão à greve “próximo dos 100%, porque 93% dos voos já foram cancelados, sem contar com os serviços mínimos”.
“Agora temos ainda 18 ligações nestes três dias [de greve] que poderão ser canceladas ou não, dependendo do resto da adesão dos tripulantes”, acrescentou.
Relativamente aos 73% de adesão avançados pela easyjet, a responsável sindical disse que “só se estiverem a contar com os voos operados por outros tripulantes de outras bases”, mas salientou que “eles não estão em greve, quem está em greve são os tripulantes portugueses”.
“Ou então estão a contar com os serviços mínimos…Não sei bem que contas são essas”, disse.
A greve convocada pelo SNPVAC na companhia aérea easyJet arrancou hoje e pode, até sábado, afetar os voos da transportadora aérea.
O SNPVAC convocou três dias de greve para todos os voos realizados pela easyJet, bem como para os demais serviços a que os tripulantes de cabine estão adstritos, “cujas horas de apresentação ocorram em território nacional com início às 00:01 do dia 15 de agosto e fim às 24:00 do dia 17 de agosto”, segundo o pré-aviso entregue no dia 31 de julho.
Assim, um voo que tenha origem fora de Portugal, com destino, por exemplo, a Lisboa e regresso à base de origem não está abrangido pelo pré-aviso de greve.
A easyJet, por sua vez, disse que planeia operar 62% dos voos programados com origem ou destino em Portugal antes da greve de tripulantes de cabine, o que inclui os não abrangidos pelo pré-aviso de greve.
“Devido a esta ação de greve desnecessária, a easyJet teve de cancelar alguns voos do seu programa. No entanto, a companhia aérea planeia operar 62% do seu programa de voos em Portugal durante o período da greve”, referiu, numa nota enviada à Lusa.
Questionada pela Lusa, a easyJet esclareceu que “os 62% referem-se à operação original de voos programados com origem ou destino em Portugal antes da greve”, ou seja, “a companhia prevê operar 62% dos voos originalmente programados que tocam em Portugal”.
“Entre 15, 16 e 17 de agosto, estávamos a planear 1.138 voos de e para Portugal, mas tivemos de cancelar 232 voos devido à greve. Isto significa que, de e para Portugal, estamos a planear voar 906 voos”, disse a transportadora.
O SNPVAC apelou para o “bom senso da empresa, para que possa ceder nas justas reivindicações dos seus trabalhadores” e que “em vez de cancelar voos em série encontre soluções para evitar” a greve.
A greve foi aprovada em assembleia-geral, com 99% de votos a favor, e o sindicato acusa a empresa de ignorar as várias tentativas de resolução de questões laborais, entre as quais a falta de pessoal e o aumento do número de horas de trabalho.
A companhia adiantou que os clientes dos voos cancelados já foram contactados e que terão direito a um reembolso ou à transferência gratuita para um novo voo.
A easyJet aconselhou ainda os clientes que viajam de e para Portugal no período da greve a verificar o estado dos seus voos.
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