Os alegados autores do ataque disseram pertencer ao Comando da Indulgência Popular Nacionalista da Grande Família Integralista Brasileira e assumiram o ato num vídeo que circula na internet.
A suspeita de que o grupo de extrema-direita pode ser mesmo autor do crime esta balizada em imagens do vídeo que mostram pessoas mascaradas com voz distorcida assumindo o ataque e também três indivíduos vestidos de preto arremessando ‘cocktails molotov’ contra um prédio com as mesmas características da sede da produtora.
“Nós, do Comando de Insurgência Popular Nacionalista da Grande Família Integralista Brasileira, reivindicamos a ação direta revolucionária que buscou justiçar os anseios de todo o povo brasileiro contra a atitude blasfema, burguesa e antipatriótica que o grupo de militantes marxistas culturais Porta dos Fundos tomou quando produziu o seu Especial de Natal”, justificaram os supostos autores do atentado num vídeo online.
Na madrugada do dia 24 de dezembro, véspera de Natal, a sede da Porta dos Fundos foi alvo de um atentado que não provocou vítimas, anunciou a produtora.
Numa nota, a produtora condena “todos os atos de violência” e afirma esperar que “os responsáveis por este ataque sejam encontrados e punidos”.
O incidente foi filmado pelas câmaras de vigilância, tendo as imagens sido entregues às autoridades.
A polícia civil do Rio de Janeiro informou que investiga o vídeo dos alegados autores do crime e outras informações sobre o atentado.
Segundo o jornal O Globo, o secretário estadual de Polícia Civil, Marcos Vinicius Braga, vai receber hoje os atores do “Porta dos Fundos”.
Em 3 de dezembro, a produtora lançou um especial de Natal na plataforma Netflix, com o título “A primeira tentação de Cristo”, na qual Jesus é representado como um jovem que terá tido uma experiência homossexual e também insinua que o casal bíblico Maria e José viveram um triângulo amoroso com Deus.
A sátira, de 46 minutos, protagonizado pelos humoristas brasileiros Gregorio Duvivier e Fábio Porchat, não agradou a grupos religiosos, que criticaram a temática.
Foi também lançada uma petição contra o filme, com mais de dois milhões de assinaturas de pessoas que consideram que a obra “ofende gravemente os cristãos”.
O grupo que disse ser autor do crime assume inspiração no integralismo, uma corrente política criada pela Ação Integralista Brasileira (AIB) que teve como característica o ultranacionalismo, a defesa de valores conservadores e tradicionalistas católicos de extrema-direita.
O movimento surgiu no Brasil na década de 1930, inspirado no fascismo italiano.
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