Segundo a nota enviada à comunicação social pela estrutura coordenada pela psicóloga Rute Agulhas, “diversas pessoas mantêm um processo de acompanhamento psicológico e/ou psiquiátrico regular, sendo que 12 solicitam uma reparação financeira”, uma matéria que vai ser analisada em abril pela assembleia plenária da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP).
Em entrevista à Lusa, publicada no dia 17 de fevereiro, Rute Agulhas revelou que existiam então oito vítimas que tinham apresentado pedidos de indemnização, um número que subiu um mês depois para 12.
O Grupo Vita revelou também que já foi contactado por 84 pessoas em dez meses de funcionamento, quando há um mês se registavam 79 pedidos de ajuda. “Realizaram-se 52 atendimentos, sendo que mais atendimentos estão agendados para breve”, pode ainda ler-se na nota divulgada.
A estrutura coordenada por Rute Agulhas indicou também que os profissionais do grupo Vita vão receber na quinta-feira uma formação do Centro de Apoio Psicológico e Intervenção em Crise, do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), justificando essa situação com a necessidade de reforçar as competências dos especialistas para “intervenção em crise” nos atendimentos telefónicos em casos em que se verifica “ideação suicida ou mesmo homicida”.
“No que respeita às ações de formação e capacitação das diversas estruturas eclesiásticas, estão já agendadas ações dirigidas a catequistas, professores de Educação Moral e Religiosa Católica, docentes de escolas católicas e professores de escolas públicas (esta última, a pedido da Direção-Geral de Educação). Será ainda iniciado um novo ciclo formativo dirigido aos diversos Institutos Religiosos”, acrescentou a estrutura.
Criado em abril de 2023, o Grupo Vita pode ser contactado através da linha de atendimento telefónico (915090000) ou do formulário para sinalizações no ‘site’ www.grupovita.pt.
O Grupo Vita surgiu na sequência do trabalho da Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais de Crianças na Igreja Católica, liderada pelo pedopsiquiatra Pedro Strecht, que ao longo de quase um ano validou 512 testemunhos de casos ocorridos entre 1950 e 2022, apontando, por extrapolação, para um número mínimo de 4.815 vítimas.
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