O anúncio foi feito hoje, em comunicado, pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO, na sigla em inglês), cuja diretora-geral, Audreu Azoulay, foi a responsável pela escolha, por recomendação do Comité Consultivo da Capital Mundial do Livro.
O programa proposto para Guadalajara, que desde 1987 acolhe a Feira Internacional do Livro, centra-se em três eixos estratégicos: recuperação de espaços públicos através de atividades de leitura em parques e outros locais acessíveis; ligação social e coesão, especialmente através de oficinas de leitura e escrita para crianças; e reforço da identidade do bairro utilizando ligações intergeracionais, narração de histórias e poesia de rua.
A cidade fará uso de bens culturais tais como bibliotecas, salas de leitura, livrarias, editoras independentes, bem como a sua mundialmente famosa feira internacional do livro, para melhorar as políticas de prevenção da violência.
Estes recursos serão aproveitados para promover os direitos humanos, a igualdade de género e a cultura de paz entre o público e aproveitar o grande potencial dos livros e da literatura como instrumentos de intervenção e transformação social.
As atividades vão incluir eventos literários em colaboração com escritores latino-americanos, um projeto artístico sobre a Torre de Babel, iniciativas que ligam o teatro e a música à literatura, e a utilização da rádio local para declamação de poesia.
O ano das celebrações terá início a 23 de Abril de 2022, no Dia Mundial do Livro e dos Direitos de Autor.
As cidades designadas como Capital Mundial do Livro da UNESCO comprometem-se a promover livros e leitura e a organizar atividades ao longo do ano.
Guadalajara é a vigésima segunda cidade a obter este título desde 2001, seguindo-se a Tbilisi (2021) e Kuala Lumpur (2020).
As cidades que as antecederam na posse do título foram: Madrid (2001), Alexandria (2002), Nova Deli (2003), Antuérpia (2004), Montreal (2005), Turim (2006), Bogotá (2007), Amesterdão (2008), Beirute (2009), Ljubljana (2010), Buenos Aires (2011), Erevan (2012), Banguecoque (2013), Porto Harcourt (2014), Incheon (2015), Breslávia, (2016), Conacri (2017), Atenas (2018) e Xarja (2019).
A candidatura da cidade de Guadalajara foi aceite por um Comité Consultivo, composto por representantes da Associação Internacional de Editores (IPA), da Federação Internacional de Associações de Bibliotecas (IFLA), do Fórum Internacional de Autores (IFA) e da UNESCO.
A Feira Internacional do Livro de Guadalajara (FIL Guadalajara) é a segunda maior a nível mundial, depois da feira de Frankfurt.
Em 2019, mobilizou mais 828 mil visitantes, 800 autores, 20.000 profissionais do livro e 2.400 chancelas editoriais de 48 países, segundo os números avançados pela organização.
A FIL Guadalajara foi distinguida este ano com o Prémio Princesa das Astúrias de Comunicação e Humanidades.
Em 2018, Portugal foi o país convidado da FIL Guadalajara.
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