Os organizadores da manifestação estimam que cerca de 15.000 pessoas se vão juntar no centro da cidade quando o Congresso se reunir para certificar os votos do Colégio Eleitoral, que deram a vitória das eleições presidenciais norte-americanas de 03 de novembro passado ao candidato democrata, Joe Biden.
Numa conferência de imprensa, a presidente da câmara de Washington, Muriel Bowser, indicou que está também a ponderar a possibilidade de decretar o recolher obrigatório, enquanto o chefe da Polícia Metropolitana da cidade, Robert Contee, assegurou dispor de informações sobre indivíduos armados que vão surgir no Distrito de Colúmbia.
Contee acrescentou que as autoridades esperam uma multidão maior do que as manifestações anteriores a favor de Trump na cidade, que terminaram com confrontos violentos.
Trump, que tem batalhado e perdido nos tribunais as acusações de fraude eleitoral, tem pressionado a autoridade federal do estado da Geórgia para que “encontre” os votos necessários a seu favor, suficientes para negar o triunfo de Biden.
Numa mensagem na rede social Twitter, Trump insistiu que é “estatisticamente impossível” ter perdido as eleições de 03 de novembro e referiu-se à concentração de quarta-feira em Washington.
“Grande protesto em DC [District of Colúmbia] a 06 de janeiro. Estejam presentes, será selvagem!”, escreveu Trump na rede social Twitter no fim de semana.
Apesar de não existirem provas que sugiram uma fraude eleitoral, 11 legisladores republicanos afirmaram que tencionam apoiar uma objeção aos votos do Colégio Eleitoral, caso seja apresentada, e propor uma comissão eleitoral para realizar uma "auditoria de emergência de 10 dias" aos resultados eleitorais nos "estados em disputa".
Diferentes fações e grupos que são leais a Trump estão a ser apresentados como organizadores da marcha que vai decorrer na capital federal.
Uma delas, designada como “March for Trump”, afirmou que “compete aos cidadãos americanos" impedirem a fraude eleitoral.
“Junto com o Presidente Trump, faremos o que for necessário para garantir a integridade desta eleição para o bem da nação”, defendeu este grupo na sua página oficial na Internet.
O Departamento de Justiça norte-americano e as autoridades eleitorais estaduais – incluindo as lideradas por republicanos - indicaram que não existem evidências de uma fraude eleitoral generalizada e reconheceram os resultados que deram a Biden mais de 80 milhões de votos nas eleições de novembro, contra os cerca de 74 milhões de votos conquistados por Trump.
Por sua vez, o grupo “Million MAGA March”, que se designa como o organizador oficial da marcha de quarta-feira, convidou os apoiantes do Presidente republicano a “participarem do maior ato político de Trump na História dos Estados Unidos”.
Milícias conotadas com a extrema-direita como “Three Percenters”, “Proud Boys” ou “Oath Keepers” também avançaram que vão participar na marcha e estão a mobilizar caravanas de veículos em direção a Washington DC, onde será proibido transportar e exibir armas de fogo.
O grupo “TheDonaldWin” está a convidar os seus apoiantes “a levarem” as suas armas para a marcha.
Nos trabalhos de preparação para esta manifestação, as autoridades locais de Washington estão a colocar cartazes nas ruas onde a marcha irá passar na quarta-feira com mensagens sobre a proibição de posse de armas de fogo.
"Qualquer pessoa que participe nas manifestações deve lembrar-se que a lei do distrito proíbe a posse de arma a menos de 300 metros de qualquer atividade política", declarou Muriel Bowser, num comunicado.
"É um momento muito assustador", afirmou Susana Taylor, porta-voz do grupo refusefascism.org, numa referência à possível presença de manifestantes violentos nas ruas de Washington.
Enrique Tarrio, líder dos “Proud Boys”, um grupo conotado com a extrema-direita, anunciou, entretanto, que os membros deste grupo irão marcar presença na marcha com “um número sem precedentes”, avançando ainda que, desta vez, os elementos não irão envergar o seu habitual uniforme preto e amarelo.
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