“Os esforços para o desarmamento diminuíram e, em alguns casos, pararam mesmo”, disse António Guterres, numa intervenção no Parque da Paz, em Nagasaki, no Japão.
“Aqui, em Nagasaki, peço a todos os países que se comprometam com o desarmamento nuclear e que comecem a fazer progressos visíveis, com a máxima urgência”, sublinhou.
O primeiro chefe da ONU a visitar Nagasaki voltou a mostrar-se preocupado com os esforços para a desnuclearização, uma vez que os “países com armas nucleares têm modernizado os seus arsenais”.
“Vamos comprometer-nos a fazer de Nagasaki o último lugar na Terra a sofrer este tipo de devastação”, acrescentou, dois dias depois do 1.º aniversário da adoção do Tratado de Proibição de Armas Nucleares. Apesar de ser a única vítima de ataques nucleares, O Japão não assinou o tratado.
O presidente da Câmara de Nagasaki, Tomihisa Taue, pediu ao governo do Japão que faça mais para liderar o desarmamento nuclear, especialmente na região, para “ajudar a promover os esforços para se alcançar uma península coreana livre de armas nucleares”.
Por fim, Taue pediu a Tóquio que assine o tratado e “cumpra com a sua obrigação moral de liderar o mundo em direção à desnuclearização”.
O Japão procura mediar o diálogo “entre os países nucleares e não-nucleares” para alcançar um mundo livre de armas nucleares, disse, por sua vez, o primeiro-ministro Shinzo Abe, num discurso semelhante ao proferido há três dias, em Hiroshima.
Três dias depois da bomba nuclear que atingiu Hiroshima, causando 140 mil mortos, os Estados Unidos lançaram, a 9 de agosto de 1945, uma segunda bomba atómica sobre Nagasaki, levando à capitulação do Japão e ao fim da Segunda Guerra Mundial.
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