Comissariado pelo também escritor e ex-secretário de Estado da Cultura Francisco José Viegas, o Húmus quer alargar a celebração da obra de Raúl Brandão, que viveu na freguesia vimaranense de Nespereira, para lá dos limites do concelho, fazendo a festa "chegar" a todo o país. Desta forma, a organização promete um ano de atividades para mostrar a "genialidade" do homem, do jornalista, pintor e agricultor que, como escritor, "elegeu" os mais humildes como centro da sua obra.
"Espero que este ano de Raúl Brandão possa constituir uma boa oportunidade para relembrar a sua obra e os seus sinais pioneiros, a sua singularidade", expressou Francisco José Viegas. Segundo o ex-titular da pasta da Cultura, Raul Brandão "é o autor que melhor explica a nossa melancolia e maneira de ser" numa obra que, apontou, "elegeu os humildes como um dos seus centros".
Viegas salientou o caráter "inovador" da programação do Húmus, que conta com música, artes performativas, exposições, presença de escritores na cidade, criação de um "guia do leitor" para a obra de Raúl Brandão e o encontro entre Guimarães e a obra brandoniana. "Vai ser impossível andar pela cidade sem que Raúl Brandão interaja connosco", garantiu a vereadora da Cultura da autarquia vimaranense, Adelina Paula Pinto.
Para o presidente da Câmara Municipal de Guimarães, Domingos Bragança, aquele festival representa o objetivo da autarquia em "trazer o livro e a leitura" para as escolas e para a rua. "Queremos que seja celebrada [a obra de Raúl Brandão] a nível nacional e que esta chegue a todo o país", afirmou o autarca.
Raul Germano Brandão nasceu na Foz do Douro a 12 de março de 1867 e morreu a 5 de dezembro de 1930, com 63 anos de idade. Deixou uma extensa obra literária e jornalística, com títulos como Húmus (1917), Os Pescadores (1923) ou As Ilhas Desconhecidas (1926).
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