Assinalando o 5.º aniversário da sua estratégia sobre paridade de género na ONU, Guterres indicou que alcançar essa paridade foi uma prioridade do seu primeiro mandato enquanto líder das Nações Unidas e que continua a ser um assunto prioritário neste seu segundo mandato.
“O nosso mundo dominado por homens prejudica homens e mulheres. (…) É vital que as Nações Unidas representem os valores que defendem — os valores consagrados na Carta — e liderem pelo exemplo. A paridade de género entre o nosso pessoal é a única forma de alcançar a igualdade de género no nosso trabalho”, defendeu Guterres em Nova Iorque.
Num balanço da estratégia que delineou, o líder da ONU indicou uma série de progressos atingidos, como o alcance da paridade de género entre lideranças seniores pela primeira vez na história da ONU em 2020 — dois anos antes da data prevista; ou a paridade entre os chefes e vice-chefes das Operações de Paz, sendo que há cinco anos, a proporção de mulheres nessas funções era de apenas 25%.
Contudo, o ex-primeiro-ministro português lamentou a existência de “lacunas” nessa matéria, avaliando que “no terreno, os avanços têm sido lentos e, em alguns casos, foram registados retrocessos”.
“Devemos estar particularmente preocupados com a diminuição de mulheres recrutadas para cargos de secretariado de nível inicial no terreno. Isso pode ter um sério impacto nas perspetivas de paridade no futuro”, advogou.
No atual ritmo de progresso, a Secretaria da ONU como um todo deverá estar próxima da paridade no seu ‘staff’ de profissionais em 2025 — três anos antes do prazo.
Mas esse número, no entanto, ”disfarça o facto de que, no terreno, é improvável que se alcance a paridade em qualquer nível até 2028″, frisou António Guterres.
Nesse sentido, o secretário-geral defendeu que a próxima fase de implementação da Estratégia de Paridade de Género se deve concentrar em avançar e sustentar o progresso no terreno.
“A paridade de género é essencial para atender às expectativas das pessoas que servimos e para construir um mundo mais sustentável, justo, inclusivo, pacífico e próspero para todos”, concluiu.
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