A declaração de Guterres, emitida através do seu porta-voz Stephane Dujarric, relaciona-se com os vários dias de protestos dirigidos por estudantes e jovens contra uma lei de empregos públicos, violentamente reprimidos pela polícia com um balanço de mais de 100 mortos (174 segundo uma televisão local), na larga maioria manifestantes.
“Exortamos as autoridades a garantir a proteção e segurança de todos os manifestantes e a criar um ambiente onde se possam exercer livremente os direitos de liberdade de expressão e de reunião”, disse Dujarric.
Acrescentou ainda que o Governo deve garantir que os responsáveis por essas mortes devem “responder pelos seus atos” na sequência de uma investigação “imparcial e transparente”.
O porta-voz da ONU precisou que foram recebidos “preocupantes relatos de sentenças muito duras” contra os manifestantes, que — recordou — têm direito ao protesto “sem receio da prisão nem da violência”.
Em paralelo, foi manifestada preocupação pela utilização indevida de veículos da ONU, devidamente identificados, durante os protestos — sem mais precisões –, uma situação comunicada ao Governo pelo facto de esses veículos “apenas poderem ser usados no contexto de uma missão da ONU”.
As manifestações quase diárias iniciadas no início de julho destinaram-se a obter o fim das quotas de admissão no funcionalismo público, com mais de metade reservadas a grupos específicos, em particular aos filhos dos veteranos da guerra de libertação do país contra o Paquistão em 1971 e que favorecem as elites próximas do poder.
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