De acordo com o supervisor bancário, no final de 2022, 33,3% dos membros dos órgãos de administração e de fiscalização eram mulheres, registando uma evolução significativa face ao final de 2018, quando se fixava em 19%.

Num retrato mais detalhado destes dados, o peso das mulheres nos órgãos de fiscalização das sete maiores instituições em Portugal era de 35,14% e nos de administração de 35,56%, contra 16,67% e 20%, respetivamente, em 2018.

Contudo, a maioria das mulheres assume cargos de natureza não executiva nos órgãos de fiscalização e administração: 38,5% - o que compara com 24,4% das funções executivas em finais de 2022.

Entre as sete instituições sistémicas em Portugal, a mais paritária é a Caixa Económica Montepio Geral, enquanto a menos paritária é o Novo Banco.

A análise do BdP revela que no total das instituições de crédito em Portugal tem vindo a ser reforçada a diversidade de género nos seus órgãos de administração e fiscalização.

A percentagem de mulheres nestes órgãos das instituições de crédito passou de 20,2% no final de 2018, para 32,6% em 2022.

Ainda assim, o BdP alerta que “as instituições de crédito ainda estão longe da paridade de géneros na composição dos seus órgãos sociais, um objetivo que exige atenção das instituições e dos supervisores”.

O supervisor realça que “na generalidade das instituições ainda se verifica uma diferença substancial entre a proporção de pessoas do género feminino e do género masculino a exercer funções nos respetivos órgãos sociais”.

Dados do BdP revelam que a percentagem de mulheres nos órgãos de fiscalização correspondia a 40,2% em 2022 (o que compara com 27,8% em 2018) e a 26,6% nos órgãos de administração (que compara com 14,3% em 2018).

Estes dados são, contudo, influenciados significativamente pelo universo Crédito Agrícola, onde se registou o maior aumento de diversidade de género, uma vez que em 2022, tinha 35,2% de mulheres nos órgãos sociais.

Centrando a análise no universo 27 bancos, com um total de 314 membros, a percentagem de mulheres nos órgãos de administração e fiscalização destas instituições correspondia, em 2022, a 24,2%, contra 15,8% nos finais de 2018.

Também aqui a percentagem de mulheres nos órgãos de fiscalização era superior (29,4%) à registada nos de administração (21,7%) em 2022.

Apesar de uma melhoria face a 2018 (15,1%), verifica-se ainda que nos bancos a maioria das pessoas do género feminino em funções assume cargos não executivos (28,8%).

Esta percentagem é maior em órgãos de fiscalização, ascendendo em 29,4%, por contraposição de 21,7% nos órgãos de administração em finais de 2022.

O BdP explica que a sua intervenção nesta matéria tem passado sobretudo pelos processos de avaliação da adequação dos membros que compõem os órgãos sociais das instituições de crédito (fit and proper).

A expetativa do supervisor é que “as instituições de crédito assumam nas suas políticas de diversidade de género uma representação superior a 33% do género sub-representado”.

“As instituições devem ainda ponderar outros aspetos, além da diversidade de conhecimentos e de género, nas respetivas políticas e na composição dos seus órgãos sociais”, refere.