Citado pela Agência France-Presse (AFP), Donald Trump disse que Lai “é certamente um homem corajoso”.
Jimmy Lai, de 72 anos, é o proprietário de duas publicações pró-democracia frequentemente críticas de Pequim, o diário Apple Daily e o Next Magazine.
Visto por numerosos habitantes de Hong Kong como um herói e único magnata do território crítico de Pequim, Jimmy Lai é descrito nos meios de comunicação oficiais chineses como “um traidor”, que inspirou as manifestações pró-democracia realizadas na região chinesa, e o líder de um grupo de personalidades acusadas de conspirar com nações estrangeiras para prejudicar a China.
Em 12 de agosto, Lai, proprietário do jornal Apple Daily, instou os jornalistas a continuarem a lutar, um dia depois de ser libertado sob caução.
O magnata, que tinha sido detido por suspeita de conluio com forças estrangeiras, ao abrigo da lei de segurança nacional, foi recebido com aplausos e ovações na redação do jornal, após 40 horas sob custódia policial.
Na quarta-feira, o Governo dos EUA suspendeu três acordos bilaterais com Hong Kong que facilitavam a extradição de prisioneiros e certas isenções fiscais, em resposta à imposição de “medidas drásticas” pela China que afetam a região.
“O Partido Comunista Chinês tomou medidas drásticas para desgastar o elevado grau de autonomia que Pequim prometeu ao Reino Unido e ao povo de Hong Kong durante 50 anos”, disse o Departamento de Estado, em comunicado.
O secretário de Estado, Mike Pompeo, lamentou na sua conta na rede social Twitter que a China tenha decidido “esmagar as liberdades e a autonomia de Hong Kong”.
Os três acordos suspensos visavam a entrega de fugitivos, a transferência e condenação de prisioneiros e isenções fiscais recíprocas sobre as receitas dos transportes marítimos internacionais.
Hong Kong regressou à soberania da China em 1997, com um acordo que garante ao território 50 anos de autonomia a nível executivo, legislativo e judicial, bem como liberdades desconhecidas no resto do país, ao abrigo do princípio “um país, dois sistemas”, também aplicado em Macau, sob administração chinesa desde 1999.
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