Segundo o hospital, que serve a população dos concelhos da Amadora e Sintra, já foi concluído o inquérito de averiguações que instaurou imediatamente após ter recebido denúncias relativas ao funcionamento do Serviço de Cirurgia Geral.
Num comunicado enviado à agência Lusa, o HFF adianta que as conclusões do inquérito realizado pela instituição acolheram na íntegra as conclusões da perícia médica solicitada à Ordem dos Médicos (OM).
O hospital realça que “o relatório da Ordem dos Médico - entidade com total idoneidade e imparcialidade para avaliar do ponto de vista técnico as denúncias em causa – afasta a suspeita generalizada que pende sobre o Serviço de Cirurgia Geral desde o passado dia 13 de janeiro, altura em que ocorreu a divulgação pública das denúncias de alegados casos de más-práticas cirúrgicas”.
“Essa perícia concluiu que não foram encontrados indícios de má prática generalizada, ou violação das ‘leges artis’ (boas práticas médicas, de acordo com o atual conhecimento científico) nos casos denunciados”, salienta.
Entre as situações avaliadas, refere o hospital, foi identificada uma situação em que se pode considerar que terá sido tomada uma “má opção cirúrgica, o que pode configurar má prática [citação retirada do relatório pericial da OM]", situação que o hospital lamenta publicamente e que diz que irá procurar esclarecer na totalidade, em colaboração com as autoridades competentes.
Numa mensagem de vídeo enviada à Lusa, a diretora clínica do HFF, Ana Valverde, afirma que o perito médico que colaborou com o hospital no inquérito concluiu que este caso poderá configurar uma “má prática”.
“O Hospital lamenta sinceramente esta situação e, como já foi dito anteriormente, as averiguações foram levadas até as últimas consequências e daí a instauração de processos disciplinares” aos cirurgiões que participaram no ato cirúrgico sinalizado no relatório pericial da responsabilidade da Ordem dos Médicos.
Ana Valverde ressalva que estes processos permitirão aos cirurgiões envolvidos elaborar a sua defesa, vincando que não existem ainda conclusões que permitam indicar responsabilidades definitivas de qualquer um dos profissionais envolvidos.
“Na saúde lidamos diariamente com situações de doença complicada e em fases avançadas, mas temos a absoluta confiança nos profissionais do nosso hospital, em que todos os dias fazem o seu melhor de acordo com as boas práticas médicas”, salienta a responsável.
Segundo Ana Valverde, as conclusões do inquérito do hospital foram já enviadas para todas as entidades competentes, nomadamente para a Inspeção Geral das Atividades em Saúde (IGAS), Entidade Reguladora da Saúde (ERS), Ministério Público (MP), Ministério da Saúde e Ordem dos Médicos.
Em 2022 foram realizadas mais de 17.900 cirurgias no HFF, refere o hospital, que diz estar empenhado no acesso dos utentes a cuidados de qualidade e em segurança e que “eventuais falhas, por poucas que sejam, são, por isso, encaradas com total seriedade e responsabilidade”.
Neste momento, frisa, “tendo em consideração os resultados do inquérito, é essencial assegurar a reposição do bom-nome do HFF e de todos quantos diariamente exercem a sua atividade profissional nesta instituição, em particular os profissionais do Serviço de Cirurgia Geral”.
Ana Valverde salienta que os profissionais do hospital merecem que “o seu trabalho seja valorizado e digno de confiança por todos” e agradece “as manifestações de apoio e carinho de todos os utentes e da comunidade em geral”.
(notícia atualizada às 15h04)
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