O infecciologista Rogério Ruas, médico naquele hospital do distrito do Porto, explicou hoje aos jornalistas que os doentes estão infetados por uma bactéria conhecida pela sigla EPC, “habitual em ambientes hospitalares”.
“Temos assistido a um aumento de casos desde o início do ano e neste mês tivemos um surto, chegando aos 80 doentes internados colonizados pela bactéria”, afirmou.
Segundo o clínico, dos cerca de 80 casos, “apenas uma pequena porção destes doentes está, de facto, infetada, cerca de 5%”.
A situação foi hoje denunciada pela Ordem dos Enfermeiros, em comunicado, alertando para as dificuldades observadas no hospital devido ao surto, com 20% dos cerca de 450 doentes internados estão contaminados.
Rogério Ruas assinalou que aquela bactéria existe no hospital “como noutros do país”.
“É normal, há alguns para cá, os hospitais terem um aumento de casos e depois de diminuição. É cíclico e, neste momento, estamos a ter essa situação”.
Anotou, ainda, que se está a usar antibióticos de última linha no tratamento, tratando-se de “um tratamento eficaz”.
“Por essa razão é que queremos controlar a disseminação dessas bactérias, que é o que estamos a tentar fazer neste momento”, acrescentou.
Um dos procedimentos adotados é que os doentes com fatores de risco são rastreados na admissão no hospital e, explicou, “dependendo se são positivos ou não, já são diretamente alocados à enfermaria de isolamento de contacto”.
Questionado sobre as críticas da Ordem dos Enfermeiros, segundo a qual a insuficiência daqueles profissionais, nomeadamente no serviço de urgência, pode ter contribuído para o surto, referiu que no Hospital Padre Américo “a pressão nas urgências é contínua”.
“O que implica esta situação é mais uma mudança na forma como alocamos estes doentes. Essa pressão é antiga e não é de agora. Estamos focados nesta situação. Temos estas medidas que continuam a funcionar e continuaremos atentos a monitorizar a situação nos próximos dias”, anotou.
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