À entrada do 38º Congresso do partido em Viana do Castelo, o social-democrata recusou, contudo, que tenha havido um clima de "guerra" no partido nos últimos dois anos. O que houve, sublinhou, foram eleições.
"Creio que não houve nenhuma guerra no PSD, o que houve no PSD foi uma eleição. Eu não creio que, quando nós fazemos eleições legislativas, eleições autárquicas, se travem guerras, travam-se combates eleitorais, onde estão em disputa projetos políticos alternativos. Isso é que é a democracia. Portanto acabaram as eleições, acabou o ato eleitoral. E hoje faz-se a entronização do líder", disse, quando questionado pelos jornalistas se acabou definitivamente a guerra interna no PSD.
Hugo Soares salientou que o que fez nos últimos dois anos, nos órgãos próprios do partido, foi apenas dizer ao presidente do partido que achava que a estratégia "era errada".
"Eu dirijo há muito anos equipas e não gosto nada quando nas minhas equipas está tudo numa unanimidade que até me faz confusão. Eu gosto que me digam que o caminho devia ser por ali ou por acolá, ainda que possa concordar ou não", afirmou.
E acrescentou: "nós próximos dois anos, o Hugo Soares vai ser o mesmo. Vai ser um Hugo Soares empenhado em combater o Partido Socialista, em combater o Dr. António Costa, e que acredita sempre que o projeto do PSD é o melhor para o país".
Questionado sobre os apupos que o seu discurso e o de Luis Montenegro receberam, o antigo líder parlamentar do PSD defendeu que "são formas de lidar com a democracia interna".
"A única coisa que tenho a dizer sobre essa matéria é que, da mesma forma que nos dirão que é mais do mesmo e eu fico contente com isso, porque significa que eu mantenho a minha coerência e minha liberdade de pensamento, eu faço ao contrario, em vez de apupar, ou assobiar ou até criticar aqueles que mantêm a sua coerência, eu saúdo a coerência daqueles que continuam numa determinada estratégia", reagiu.
Já sobre a reação ao discurso de Montenegro, Hugo Soares salientou que o dirigente fez a intervenção que entendeu fazer ao congresso.
"Falou sobretudo para o país, falou em unidade, não quis deixar de dizer que a sua consciência critica é uma liberdade que lhe assiste e foi aplaudido por quem tinha de o aplaudir, porque quem concordou e foi sobretudo apupado por aquela bancada mais à direita que um dia ainda vamos perceber quem lá estava sentado".
O social-democrata votou hoje ao início da manhã na lista do autarca de Vila Nova de Famalicão, Paulo Cunha, ao Conselho Nacional, uma lista que conta com o apoio de Luís Montenegro.
Há dez listas ao Conselho Nacional - mais duas que no último Congresso - e quatro à Jurisdição, órgãos eleitos através do método de Hondt.
A votação para os órgãos nacionais do PSD encerrou às 11:00.
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