O social democrata afirma que existe um "bloqueio do PS e do Chega" à governação.
O líder parlamentar do PSD acusou o PS de procurar reescrever a história do que se passou na Assembleia da República nos últimos dois meses e queixou-se dos “bloqueios” à ação governativa por parte dos socialistas e do Chega.
Estas posições foram transmitidas por Hugo Soares no final da reunião do Grupo Parlamentar do PSD e visaram sobretudo declarações proferidas pelo vice-presidente da bancada socialista António Mendonça Mendes.
“Tenta-se reescrever a história dos últimos 60 dias de atividade parlamentar, com António Mendonça Mendes a acusar o Governo de estar em guerra com o parlamento e sugerindo que é o Governo quem quer provocar eleições antecipadas. Se não fosse de todo um ridículo de que se cobre o deputado [Mendonça Mendes] e suas afirmações sobre o que aconteceu nos últimos dois meses, era caso para dizer que o PS não está mesmo com os pés assentes na terra”, considerou o presidente do Grupo Parlamentar do PSD.
Pelo contrário, segundo Hugo Soares, nos últimos 60 dias, “os portugueses sabem que o Governo tudo tem feito para resolver os problemas das pessoas e que o PS, preocupado que estava com as eleições europeias, até acusou o executivo de agir depressa demais”.
“Os portugueses sabem que no parlamento, do ponto de vista da atividade parlamentar e da iniciativa legislativa do Governo, se tem assistido a um bloqueio por parte do PS e do Chega. O PS dizer que é o Governo quem faz guerra ao parlamento é quase a mesma coisa que dizer que foi a Ucrânia que invadiu a Rússia”, completou.
Interrogado sobre o alegado recurso excessivo do atual Governo a decretos e a autorizações legislativas, o líder parlamentar do PSD respondeu que essa prática foi seguida também por executivos do PS, mesmo em situação de maioria absoluta.
“As competências da iniciativa legislativa do Governo estão previstas na Constituição da República. Este Governo não está a fazer mais do que outros”, argumentou.
Ainda sobre o recurso a autorizações legislativas por parte do executivo, Hugo Soares considerou ser “extraordinário que o PS” levante essa questão.
“O Governo anterior, mesmo com maioria absoluta no parlamento, repetiu constantemente as autorizações legislativas. Esta discussão interessa mesmo pouco aos portugueses”, acrescentou.
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