
Já às 8h da manhã desta quinta-feira, a fila era infindável. De acordo com o Expresso, há quem tenha passado a noite na rua para ser um dos primeiros a ser atendidos.
Nos últimos dias, o serviço tem conseguido atender apenas entre 30 a 40 pessoas por dia, deixando muitos sem resposta.
Grande parte dos imigrantes procura obter um certificado de registo criminal — documento essencial para dar início ao processo de legalização junto da Agência para a Imigração e Mobilidade (AIMA).
"Estou cá desde ontem, saí de Tomar às 22h", relatou uma mulher à SIC. Ela e outros passaram a noite nos bancos do jardim em frente ao edifício. “Saí de Tomar às dez da noite, cheguei a Oriente à meia-noite e cá estou porque é a única solução. Das vezes que saí de Tomar no primeiro comboio, às cinco da manhã, já não consegui ser atendida”, contou.
No Porto, o cenário repete-se com filas longas e persistentes. Nesta quinta-feira, cerca de 250 pessoas aguardavam por uma senha, na esperança de serem atendidas ainda durante o dia.
À semelhança do que acontece em Lisboa, também aqui houve quem passasse a noite à porta dos serviços do Ministério dos Negócios Estrangeiros.
"Estou aqui há dois dias. Tem sido uma luta imensa", desabafou Jéssica António à SIC.
Os serviços não têm funcionários suficientes para gerir uma afluência maior do que o habitual.
Em resposta, o Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) atribuiu a situação ao aumento da procura e ao encerramento temporário de alguns serviços em Lisboa. O ministério garante que está a trabalhar numa solução a curto prazo.
"Os serviços estão a tentar gerir um volume de afluência superior ao habitual, resultante do processo de regularização em curso da AIMA (Agência para a Integração, Migrações e Asilo), prevendo-se um regresso à normalidade em breve, até porque o Gabinete de Atendimento ao Público de Lisboa, que esteve temporariamente encerrado, já retomou o seu funcionamento em pleno", referiu o MNE, ao Correio da Manhã.
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