Em declarações à Lusa, o presidente da CAP, Eduardo Oliveira e Sousa, afirmou que uma greve em pleno mês de agosto, altura da colheita de vários produtos, como por exemplo o tomate, a pera-rocha e a uva para o vinho, “pode constituir um desastre” e não sabe se “o Governo está consciente” quanto à sua gravidade.
“Pretendemos que o Governo tome a devida consciência da situação, porque em pleno mês de agosto com temperaturas elevadas, com culturas perecíveis, que têm de ser colhidas em períodos de tempo muito curtos que estão programados há meses, [as culturas] não podem de maneira nenhuma ficar no terreno”, disse Eduardo Oliveira e Sousa.
O dirigente da CAP considerou ainda que a rede de emergência para abastecimento dos postos de combustíveis anunciada pelo Governo não contempla as zonas rurais.
Para a CAP, defendeu Eduardo Oliveira e Sousa, “é necessário criar um sistema de prioridade de abastecimento dos postos onde os agricultores possam acorrer para que as colheitas não fiquem postas em causa”.
“Na perspetiva de uma greve que não sabemos quanto tempo demora, é instalado um pandemónio no país e esse pandemónio no setor agrícola é a ruína, pura e simples”, acrescentou, esclarecendo que os seguros agrícolas não contemplam este tipo de situações e que a perda de uma colheita, fruto do trabalho de um ano inteiro, pode levar “milhares de pessoas à falência concreta”.
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