Em declarações à agência Lusa, Manuel Marques, presidente da Associação Nacional de Criadores de Ovinos Serra da Estrela (ANCOSE), explicou que a iniciativa de entrega das ovelhas "com seis a sete meses de idade" pretende contribuir para repor o potencial produtivo dos criadores afetados pelos incêndios.
"Esta pretende ser uma das muitas entregas que iremos fazer aos produtores que tanto perderam, no sentido de continuarmos a ver no nosso território ovelhas Serra da Estrela, que desde sempre fizeram parte destas paisagens e ecossistemas e das quais se extrai o leite para produção de queijo Serra da Estrela", refere, em comunicado, a ANCOSE.
De acordo com Manuel Marques, estima-se que cerca de 1.200 ovelhas bordaleiras tenham morrido nos incêndios de outubro de 2017 e a iniciativa da ANCOSE, em parceria com entidades como a Ordem dos Médicos Veterinários, grupo Jerónimo Martins e paróquia de Cascais, para além de outros apoiantes individuais, quer entregar 800 animais ao longo dos próximos meses, "repovoando um mínimo de 60% das ovelhas que morreram".
Para atingir este objetivo, após os incêndios de 15 de outubro a ANCOSE "antecipou a instalação nas suas instalações" em Oliveira do Hospital, distrito de Coimbra, de um Centro de Recria de Borregas Serra da Estrela, onde, presentemente, estão cerca de 300 animais.
No total do programa de apoio, a ANCOSE investe cerca de 40 mil euros na compra das 800 ovelhas, a 50 euros por cabeça, e conta com os apoios dos parceiros privados e institucionais na aquisição, manutenção e alimentação dos animais, onde se inclui o Governo, que entregou cerca de duas toneladas de rações, frisou Manuel Marques.
Segundo informação disponível na página internet da associação, a raça de ovinos Bordaleira Serra da Estrela possui, nas suas características, variedades preta e branca, com "olhos grandes e expressivos, e os cornos, em ambos os sexos, enrolados em espiral", sendo a raça nacional "de melhor aptidão leiteira".
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