O ferido, um dos três militares da GNR que sofreram queimaduras graves no fogo, tem 32 anos e foi, inicialmente, transportado de ambulância para o Hospital do Espírito Santo de Évora (HESE), onde foi sujeito a avaliação médica.
“Após a avaliação, foi transferido para o Hospital de S. José”, revelou à Lusa fonte do HESE, sem prestar mais esclarecimentos.
O incêndio rural, numa área de pasto, deflagrou esta segunda-feira, por volta das 16:30, no Monte do Canhão, no concelho de Mourão (Évora), e foi considerado “dominado” às 18:57, disse à Lusa o Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Évora.
Um total de cinco elementos do Grupo de Intervenção Proteção e Socorro (GIPS) da GNR sofreu “queimaduras” no combate às chamas, disse a Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), em comunicado divulgado já esta noite.
Dos cinco feridos, todos homens, três sofreram queimaduras consideradas “graves”, enquanto os outros dois “foram assistidos no local e não necessitaram de mais cuidados”, revelou à Lusa o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM),
Segundo o INEM, além do ferido grave que seguiu para Évora, os outros dois que “inspiravam maiores cuidados” foram logo helitransportados para unidades de outras regiões do país: um, de 39 anos, para os Hospitais da Universidade de Coimbra e o outro, de 30 anos, para o Hospital de São João, no Porto.
Mudança de direção do vento
Os cinco militares feridos terão sido apanhados pelas chamas quando o vento mudou de direção, afirmou o agricultor que socorreu três dos feridos.
Carlos Medinas contou à agência Lusa que “o helicóptero aterrou e os militares saíram para começar a combater o fogo”, mas, depois de a aeronave ter levantado voo novamente, o vento virou-se “contra eles e eles começaram a fugir”.
“Como eu também estava por perto, comecei a fugir também na carrinha, por pouco não ia ficando também lá no incêndio, mas eles chamaram-me e pediram-me socorro e eu levei-os em cima da carrinha e saí daquele local com três”, relatou.
“Eu trouxe três porque foram aqueles que fugiram em direção à carrinha”, acrescentou, indicando que os outros dois militares feridos foram socorridos mais tarde.
O agricultor alentejano afirmou ainda que, após se afastar das chamas, seguiu na carrinha com os três militares da GNR feridos em direção a Mourão quando foi informado pelos bombeiros de que já havia ambulâncias a caminho do local.
Carlos Medinas, dono de um terreno situado na zona onde lavravam as chamas, realçou que, quando soube do incêndio, se dirigiu para o local para tentar “salvaguardar” a sua propriedade.
O combate às chamas mobilizou 74 operacionais, apoiados por 25 viaturas e cinco meios aéreos, segundo a ANPC.
A presidente da Câmara de Mourão, Maria Clara Safara, precisou à Lusa que os militares da GNR feridos pertencem à equipa do GIPS sediada no vizinho concelho de Moura, no distrito de Beja, e integravam a equipa do meio aéreo que participava nas operações de combate às chamas.
A autarca acrescentou ainda que o incêndio começou junto à fronteira com Espanha e que o combate envolveu meios portugueses e espanhóis.
[Notícia atualizada às 22h10]
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