“Nós estamos, num parque natural, a perder de forma incomensurável um conjunto de habitats naturais que temos que preservar e que temos que reabilitar rapidamente”, afirmou João Paulo Catarino.
O governante falava aos jornalistas no Peso da Régua, distrito de Vila Real, após uma reunião com autarcas da Comunidade Intermunicipal do Douro.
“Obviamente que há ali um prejuízo enorme do ponto de vista ambiental que temos que acompanhar”, acrescentou, referindo-se ao incêndio rural que deflagrou no sábado no concelho da Covilhã (distrito de Castelo Branco) e alastrou para Manteigas, Gouveia, Guarda e Celorico da Beira (distrito da Guarda).
As autoridades, sublinhou, estão no local a “tentar minorar” o impacto do fogo: “Vamos minorar a seguir nas ações que vamos desenvolver, mas o Governo está lá e está lá pelo Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas [ICNF], e vai continuar a estar permanentemente e continuará depois de o incêndio ser terminado para reabilitarmos aquele parque natural e aquela zona que, do ponto de vista da biodiversidade de montanha, é única no país.”
João Paulo Catarino apontou para o “trabalho extraordinário” que está a ser feito pelo ICNF, os sapadores florestais e todos os agentes de proteção civil, e exemplificou com o povoamento de faias, único no país.
“Pelo menos até às 10:00, antes de entrar para a reunião, tínhamos conseguido preservar e era importantíssimo continuar este trabalho”, destacou.
O secretário de Estado afirmou que o “Governo está completamente disponível”, como já manifestou em reuniões que tem vindo a fazer com todos os autarcas que têm áreas ardidas superiores a 500 hectares, para estabelecer um processo de recuperação, a partir, por exemplo, do Fundo Ambiental.
Quanto às críticas ao combate ao fogo na serra da Estrela, João Paulo Catarino, disse que não vai “entrar nesse tema”.
“No final, na altura certa, essa avaliação será feita por todos os agentes. Há uma obrigatoriedade até legal de fazer uma avaliação para lições apreendidas, para saber o que correu menos bem e o que correu bem, e isso vai ser feito neste incêndio, como é feito em todos os grandes incêndios”, frisou.
Questionado ainda sobre um alegado racionamento de água no combate aos incêndios respondeu: “Claro que não”.
“Não chegámos ainda a esse ponto. Temos captações, albufeiras pelo país, mais perto ou mais longe, onde os bombeiros podem perfeitamente abastecer para combater os incêndios”, apontou.
Com início na madrugada de sábado nos concelhos da Covilhã e de Manteigas, o fogo na serra da Estrela atingiu na tarde de quarta-feira Gouveia e Guarda e passou na quinta-feira, a meio da manhã, para o concelho de Celorico da Beira.
Hoje, pelas 14:00, estavam no terreno 1.652 operacionais, apoiados por 461 viaturas e 17 meios aéreos, segundo o sítio na Internet da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil.
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