“Pedi ajuda à GNR e aos bombeiros para nos socorrerem porque percebi que íamos arder. Tivemos de sair do espaço por volta das 13h00 e à 17h30 estava desesperada sem noticias e fui por montes e vales e vi que a casa principal estava a arder e não havia um único bombeiro”, explicou Luisa Botelho, em declarações à agência Lusa.
A proprietária do alojamento localizado em Vale Juncal adiantou que chegou a pedir aos operacionais que estavam com três carros de bombeiros na estrada para ajudarem, mas que lhe responderam não terem ordens para isso.
Luísa Botelho diz não entender porque não foi socorrida quando a 500 metros do local as corporações de bombeiros estiveram a proteger o hotel Enigma das chamas.
Na página do alojamento Teima no Facebook, os proprietários deixaram uma mensagem aos clientes a relatar o caso.
“É com um enorme desgosto que vos venho contar que a nossa Teima hoje foi consumida pelas chamas. Talvez uma das casas resista. Ainda não sabemos. Não houve um bombeiro a defender-nos. Estiveram no hotel Enigma (mesmo ao lado) que até esteve mais perto do que nós e salvaram-no. De nós ninguém se lembrou, apesar dos meus insistentes telefonemas com pedidos de socorro. A nossa tristeza e revolta é incomensurável. Vamos ter de fechar por uns meses”, escreveram.
Reconhecido com o Prémio Travellers Choice 2021 da TripAdvisor e eleito como Melhor Turismo Rural de Portugal em 2017 e Melhor Turismo Rural do Alentejo em 2019, o Teima Alentejo SW está localizado numa propriedade com cerca de 80 mil metros quadrados em Vale Juncal.
O incêndio, que deflagrou no sábado em São Teotónio, concelho de Odemira, era ao início da tarde de hoje o mais preocupante, com uma área ardida de cerca de 7.000 hectares.
Mais de 1.000 operacionais estão hoje à tarde a combater o incêndio, sendo apoiados por 338 veículos e nove meios aéreos, segundo a página da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), consultada pela agência Lusa às 17h40.
De acordo com informações prestadas pela ANEPC às 13h10, há registo de 40 pessoas assistidas pelo Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) na sequencia do incêndio.
Noutro briefing realizado às 09h30, no posto de comando, o comandante regional de Emergência e Proteção Civil do Alentejo, José Ribeiro, referiu não haver até àquela hora a confirmação de casas destruídas, acrescentando que o trabalho de validação e verificação seria feito ao longo do dia.
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