"Existe muita gente que não foi apoiada na agricultura e na habitação ou tendo sido apoiadas nas habitações, ainda estão à espera ou os valores de contratação são muito superiores ao que está a ser realizado no terreno, com situações de obras com materiais em segunda mão", afirmou à agência Lusa Nuno Pereira, porta-voz do MAAVIM, que hoje promoveu um encontro de lesados, em Midões, concelho de Tábua.
Segundo Nuno Pereira, no encontro foi possível constatar que ainda há muitas pessoas à espera de que a casa seja reconstruída, outros que criticam os cortes nos apoios na agricultura e ainda quem "continua sem não receber nada".
"Nota-se uma frustração pela demora na reposição. O desânimo é muito grande. Apenas as recordações dos voluntários lhes trazem algum alento. Quando se fala de apoios é desânimo, descrédito e mentira e perguntas de onde é que está o dinheiro anunciado pelo Governo", sublinhou o dirigente do movimento.
Durante o encontro, o MAAVIM ajudou a preencher documentos para 50 pessoas se candidatarem ao estatuto de vítima, por forma a pedir indemnização a danos materiais ou físicos de que não tenham sido ressarcidos.
Sobre esse processo, cujas candidaturas terminam a 02 de janeiro de 2019, Nuno Pereira criticou a falta de divulgação deste direito junto das populações, bem como a complexidade para o seu preenchimento.
"É necessário depois as pessoas irem a cada entidade responsável pelas várias áreas para comprovar as perdas e entregar no tribunal ou nas câmaras municipais. É um processo complexo e a maioria das pessoas não o conhece", frisou.
De acordo com o dirigente do MAAVIM, até ao final do ano o movimento pretende voltar a dinamizar uma ação do género para garantir que mais pessoas se candidatam ao estatuto de vítima dos incêndios.
Mais de 100 pessoas morreram o ano passado nos incêndios que atingiram a região Centro, em junho e outubro, que provocaram ainda a destruição de centenas de habitações e dezenas de empresas.
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