Sumaila Djaló, porta-voz do movimento, disse à Lusa que a Guiné-Bissau deve organizar eleições legislativas, que seriam no calendário normal, e as presidenciais, que seriam antecipadas, ainda este ano, “porque o Presidente perdeu a capacidade de resolver a crise”, referindo-se ao chefe do Estado.
Num comício com pouca adesão, no largo da meteorologia, em Bissau, Djaló notou que José Mário Vaz, antes de marcar a data de eleições gerais, deve nomear um novo governo, dentro do quadro constitucional, dissolver o Parlamento e deixar o cargo de livre vontade.
“Estamos a exigir ao Presidente que respeite a vontade do povo”, defendeu o porta-voz dos inconformados, salientando que o povo guineense não vai aceitar as pretensões do Presidente que quer organizar as eleições gerais só em 2019.
Naquilo que foi anunciado como um “grande comício popular”, mas que na realidade não conseguiu juntar mais do que três dezenas de jovens, todos os intervenientes centraram o discurso em ataques contra o Presidente Jomav – nome pelo qual é mais conhecido José Mário Vaz.
“Jomav rua, Jomav rua, Jomav rua”, foi o tónico das intervenções dos oradores.
Os poucos jovens que assistiram ao comício traziam grandes lenços vermelhos com os quais acenavam para “mostrar um cartão vermelho ao Jomav”, e ainda demonstrar ao Presidente que “o povo da Guiné-Bissau não é lixo”.
Das várias intervenções sobressaíram palavras como “o Jomav bateu todos os recordes ao demitir cinco governos” em três anos, “confiou a governação aos incapazes”, ou ainda “desrespeitou a vontade do povo e ainda brinca com a paciência da comunidade internacional”.
Nesse particular, o porta-voz dos inconformados deixou um alerta à comunidade internacional, pedindo que “respeite o povo da Guiné-Bissau e que pare de dar mais tempo ao Jomav para massacrar o povo”.
Djaló não tem duvidas: o Presidente só se mantém no poder porque os guineenses ainda não se rebelaram contra ele.
“Quando o povo não quiser, o Jomav deixa de ser Presidente e qualquer figura deixa de ser representante do povo”, declarou Sumaila Djaló.
Sobre a pouca presença de pessoas no comício, o porta-voz dos inconformados afirmou que “os que vieram são os que eram precisos”.
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