A legislação, datada de 1860, foi criada pelo Reino Unido no período da colonização e referia o sexo gay como uma "ofensa não natural", conta o The New York Times. Na atualidade, apesar de os grandes centros urbanos se tornarem mais tolerantes com a população LGBT, os homossexuais ainda eram discriminados no interior do país.
Em 2009, a lei foi derrubada em Deli, mas foi reintegrada pelo Supremo Tribunal em 2013, depois de vários grupos políticos, sociais e religiosos pedirem a sua restauração.
Foi em 2016 que começou a luta, a partir de um caso apresentado por cinco cidadãos indianos que diziam viver num ambiente de medo e perseguição policial devido à legislação do país. Segundo a BBC, foi nesse ano que o tribunal recebeu um pedido para rever a ordem judicial anterior, considerada como "um erro judicial".
A lei, conhecida como secção 377, chegou agora ao fim. "Criminalizar o relacionamento carnal é irracional, arbitrário e manifestamente inconstitucional", referiu o presidente do Supremo Tribunal, Dipak Misra, ao ler o seu julgamento. Outro juiz, Indu Malhotra, disse acreditar que "a história deve desculpas" às pessoas LGBT por toda a ostracização ao longo dos anos.
Quando a decisão foi proferida, ativistas fora do tribunal aplaudiram e alguns começaram a chorar. Contudo, apesar de a opinião pública nas maiores cidades tenha sido a favor de desmantelar a lei, continua a haver oposição por parte de grupos religiosos e de comunidades rurais conservadoras.
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