Entre hoje e sexta-feira, delegados de 21 países vão debater, “fundamentalmente, em torno dos problemas da habitação em geral e do arrendamento em particular”, disse António Machado, da Associação dos Inquilinos Lisbonenses, em nome da organização da 22.ª conferência mundial da UII.
Em nota de imprensa, a organização destaca que “a crise global na habitação piorou com o aumento do custo de vida, a guerra e as catástrofes naturais” e, nesse contexto, “as políticas de habitação têm de assumir um lugar central nas agendas políticas nacionais em todo o mundo”.
Em declarações à Lusa, António Machado sublinhou a transversalidade da crise da habitação na Europa, ainda que reconhecendo “diferentes gradações” entre países do Norte e do Sul.
“Os países nórdicos também se queixam de alguma insuficiência de habitação, designadamente para os jovens”, aponta.
Porém, é nos países a sul que “a situação é mais complicada, porque as políticas públicas são praticamente ausentes”, salienta.
“Incentivou-se a compra de casa, abandonando ao seu destino aquela população que tem menos recursos, designadamente os jovens, que, neste momento, no Sul da Europa, são os que saem mais tarde da casa dos pais, quando o conseguem fazer”, exemplifica.
Na nota de imprensa sobre a conferência, cita-se os ativistas pelo direito da habitação em Lisboa, que falam numa “emergência social”.
Com sede em Moscovo e escritório em Bruxelas, a União Internacional de Inquilinos reúne-se em conferência mundial a cada três anos, para “uma troca de experiências e informação” entre coletivos de inquilinos e para “promover o direito a uma habitação digna e segura”.
No final do encontro, que contará com a presença de Marie Linder, presidente da UII, será discutido, aprovado e divulgado publicamente um documento com conclusões.
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