Em declarações à Lusa, no European Film Market (EFM), em Berlim, o presidente do ICA sublinhou que os resultados das candidaturas são “muito positivos, com uma enorme diversidade de projetos, de filmes, de proveniências”, o que permite colocar Portugal “no mapa das filmagens internacionais”.
O incentivo à produção cinematográfica e audiovisual e captação de filmagens em território nacional é um dos programas previstos no Fundo de Apoio ao Turismo e Cinema que arrancou em junho de 2018. A dotação anual deste incentivo é de 12 milhões de euros, tendo sido de 10 milhões no primeiro ano.
“Queremos esgotar os montantes previstos o mais rapidamente possível para assim forçarmos as nossas respetivas tutelas a terem noção que esta é uma ferramenta importante e conseguirmos aumentar os montantes atribuídos a esta iniciativa. Nós temos um objetivo de 12 milhões para 2019 e eu creio, e tudo indica, que iremos atingi-lo. Estamos muito confiantes que este ano teremos enormes projetos a serem rodados em Portugal”, reforçou Luís Chaby Vaz.
“Ainda hoje tivemos mais uma sessão de apresentação (…) com a presença da senhora ministra da Cultura e da senhora secretária de Estado do Turismo, o que também nos reforça a importância que o governo está a dar a esta ferramenta de captação de rodagens”, adiantou o presidente do ICA, acrescentando que “todos os parceiros” com quem contactaram, revelaram que “o sistema criado por Portugal é dos mais atrativos que existe no mercado”.
Para Luís Chaby Vaz não há dúvidas de que isso vai ter “um impacto direto na captação de rodagens” em Portugal, lembrando que as candidaturas aprovadas até agora correspondem a um investimento de mais de 25 milhões de euros em Portugal.
Dos projetos já apoiados por este sistema de 'cash rebate' estão, por exemplo, “The color out of space”, do realizador Richard Stanley, com Nicolas Cage como protagonista, “Fatima”, do realizador Marco Pontecorvo ou a Série “Sul”, de Ivo M. Ferreira, que está presente numa das secções do Berlinale.
Na 69.ª edição do Festival de Cinema de Berlim há oito filmes nacionais, entre eles “A Portuguesa”, de Rita Azevedo Gomes, ou “Serpentário” de Carlos Conceição.
“Tal como nos anos anteriores, creio que se trata de um festival em que o cinema português e os projetos portugueses são recebidos com enorme expectativa em várias secções do festival, com bastantes encontros de produtores, com muito interesse por parte do mercado”, avaliou o presidente do Instituto do Cinema e do Audiovisual.
Luís Chaby Vaz reconhece que “o festival está a passar por um momento de transição entre direções” o que não retira importância ao evento.
“É natural que as direções cessantes queiram ter a capacidade de não vincular a direção que vai entrar com um determinado tipo de programação. Há que dar espaço à nova direção para afirmar aquele que será o perfil do festival nos próximos anos. A Berlinale continua a ter um enorme potencial, é um dos principais festivais europeus”, frisa.
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