Em comunicado, o INESC TEC adianta hoje que no segundo semestre deste ano, os colaboradores do Centro de Telecomunicações e Multimédia (CTM) - um dos 13 centros do instituto - vão passar a adotar "novas formas de trabalho distribuídas ao longo de quatro dias".
O instituto do Porto torna-se, segundo o grupo de trabalho deste projeto piloto, a "primeira instituição de I&D [Investigação e Desenvolvimento] a associar-se à iniciativa do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social".
Citado no comunicado, o administrador executivo do INESC TEC, Luís Seca, destaca não ser possível "continuar a olhar para as jornadas de trabalho do mesmo modo que há 20 ou 30 anos".
"Há novos desafios, impostos sobretudo pela nova geração que chega ao mercado de trabalho, aos quais temos de dar resposta, nomeadamente na sua flexibilização, procurando conciliar a satisfação profissional com a vida pessoal e familiar", destaca.
O administrador executivo do INESC TEC acredita que a iniciativa poderá "manter ou até aumentar a produtividade do trabalho" se permitir "organizar e respeitar o tempo de outra forma", nomeadamente, "otimizando a duração das reuniões, priorizando tarefas e definindo objetivos de forma regular e clara".
"Estamos perante uma mudança na forma como a sociedade olha para o trabalho", considera, dizendo acreditar que a semana de quatro dias terá um resultado "muito positivo" nos colaboradores.
O Programa-Piloto Semana de 4 dias arranca em junho e prevê a redução do número de horas semanais dos trabalhadores, sem qualquer redução salarial ou perda de direitos.
Também citado no comunicado, o coordenador do grupo de trabalho do programa, Pedro Gomes, destaca que, "tal como na tecnologia, também o mundo do trabalho necessita de inovação, e para isso é preciso experimentar novas formas de trabalhar"
Já o secretário de Estado do Trabalho, Miguel Fontes, salienta que "este estudo adquire uma grande importância na construção de um dos grandes pilares desta agenda: a conciliação entre a vida profissional, pessoal e familiar".
"Do lado dos trabalhadores, iremos medir os efeitos no bem-estar, qualidade de vida, saúde mental e saúde física, bem como o seu nível de compromisso com a empresa, satisfação com o trabalho e intenção de permanecer na organização. Do lado das empresas, o foco vai ser na produtividade, competitividade, custos intermédios e lucros", acrescenta.
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