A polícia “dispõe de informações sobre seis pessoas cujas mortes poderão ter-se devido a afogamento”, indicou a sede policial polaca na rede social X (antigo Twitter).
O balanço das vítimas da tempestade Boris poderá ainda aumentar mais, mencionando as autoridades locais polacas outras mortes, embora sem fornecerem pormenores e sem a confirmação da polícia, “a única habilitada” a anunciar este tipo de informação, segundo o ministro do Interior, Tomasz Siemoniak.
“Pedimos a toda a gente que não divulgue informações falsas sobre o número de vítimas das inundações nos meios de comunicação social”, escreveu ainda a polícia na rede social X.
Segundo a porta-voz da polícia de Klodzko, no sudoeste da Polónia, as duas vítimas hoje encontradas são um homem de 82 anos, que estava dentro de um veículo destruído, e outro, junto a uma ribeira local.
“Tudo leva a crer que as suas mortes se deveram às inundações”, declarou a porta-voz, Wioletta Martuszewska.
Depois de ter passado por Itália na quinta-feira passada, a tempestade Boris regressará ao país entre hoje e quinta-feira, informaram os meteorologistas.
Itália já está em alerta máximo, sobretudo na Emília-Romanha e em Marche, devido às inundações que se preveem, depois daquelas devastadoras que atingiram a Polónia, a Roménia, a República Checa e a Áustria, disse um dos meteorologistas, Lorenzo Tedici.
“O mar Adriático, invulgarmente quente, vai alimentar tempestades em todos os Apeninos Adriáticos a partir de hoje e até quinta-feira", informou, acrescentando que são esperados “mais fenómenos meteorológicos extremos” e que cairão mais de 250 milímetros cúbicos de chuva nos próximos três dias.
Um alerta amarelo de mau tempo está em vigor nas regiões do Adriático e do Lácio a partir de hoje.
Na Áustria, a tempestade Boris obrigou hoje a encerrar à navegação o rio Danúbio, devido ao elevado nível das águas - uma medida que só será levantada quando a segurança estiver garantida.
Embora o nível do rio tenha começado a baixar, a chegada de mais água em consequência do derretimento da neve por causa das altas temperaturas poderá aumentar novamente o caudal do Danúbio, que se estende ao longo de mais de 8.000 quilómetros entre a Alemanha e a sua foz no mar Negro, entre a Ucrânia e a Roménia.
“Neste momento, não é possível apontar uma data previsível para o levantamento dos encerramentos [à navegação] ao longo do Danúbio”, explicou o Ministério dos Transportes austríaco, a propósito da medida.
A navegação, tanto de barcos de passageiros como de carga, foi suspensa por completo perante o perigo que envolvem as manobras de atracagem e desembarque.
Cerca de 70 barcos de passageiros e outros tantos de carga encontravam-se na zona fechada ao tráfego, mas a maioria dos ocupantes já tinha desembarcado antes da subida do nível das águas.
Também com restrições ao tráfego, Budapeste espera uma forte subida do caudal do Danúbio, que atravessa a capital húngara, até níveis não vistos nos últimos dez anos e que provavelmente transborde nas próximas horas e dias.
“A maior inundação da última década está a aproximar-se de Budapeste, pelo que, desde segunda-feira à noite, fechámos os molhes e a ilha Margarida [situada no Danúbio, no centro da cidade]”, declarou hoje o presidente da Câmara de Budapeste, Gergely Karácsony.
As autoridades estão a instalar diques móveis e barragens temporárias para enfrentar as inundações nas zonas próximas do rio.
Os especialistas estimam que, entre a próxima sexta-feira e sábado, o nível das águas do Danúbio tenha subido em Budapeste para 851 centímetros, cerca de 40 centímetros abaixo do máximo histórico, registado em 2013.
Em vários troços do Danúbio, bem como do rio Lajta, foi declarado um alerta máximo (grau 3) para o risco de inundações.
Prevê-se que as inundações do Danúbio registadas na Áustria nos últimos dias atinjam hoje cidades próximas da fronteira com a Hungria, como Györ, onde equipas especializadas e voluntários trabalharam toda a noite para erigir proteções contra as inundações.
Tanto em Györ, como em Szentendre e Nagymaros, foram instaladas represas nas margens do Danúbio, ao passo que noutros troços do rio prosseguiram hoje as operações de construção de diques e barragens móveis.
No noroeste da república alpina, várias estradas foram encerradas ao trânsito.
Segundo o ministro da Defesa húngaro, Kristóf Szalay-Bobrovniczky, há atualmente 1.400 soldados a trabalhar nos diques, um número que poderá aumentar nos próximos dias “se necessário”.
Perante a tensa situação, o primeiro-ministro ultranacionalista da Hungria, Viktor Orbán, adiou todos os seus compromissos internacionais.
As possíveis inundações na Hungria serão uma consequência da chegada de enormes quantidades de água trazidas aos rios da Áustria pela tempestade Boris nos últimos cinco dias, uma vez que os serviços meteorológicos preveem que não cairá chuva no país nos próximos dez dias.
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