A Cortex é “uma das mais conceituadas publicações internacionais da área da neurociência cognitiva”, afirma a Universidade de Coimbra (UC), numa nota enviada hoje à agência Lusa.

Intitulado ‘Action at a distance on object-related ventral temporal representations’, o artigo que faz capa da mais recente edição da Cortex resulta de um estudo feito pela equipa do Laboratório de Perceção e Reconhecimento de Objetos e Ações (Proaction Lab) da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da UC (FPCEUC), liderada por Jorge Almeida, com a colaboração do Departamento de Psicologia da universidade norte-americana Carnigie Mellon.

Seguindo a linha de investigação do projeto ContentMAP – que “procura estudar a forma como a informação é mapeada no cérebro humano” e que, em 2018, recebeu um financiamento de 1,8 milhões de euros do Conselho Europeu de Investigação – “o trabalho agora publicado demonstra o modo como o cérebro funciona como uma rede, partilhando informação de forma ultrarrápida”, refere a UC.

Os investigadores verificaram que, “embora seja processada numa determinada área do cérebro, a informação visual que se adquire ao observar objetos, é gerida também em áreas fisicamente distantes”, acrescenta.

“Esta descoberta é importante porque veio confirmar que o processamento da informação não é apenas local, mas sim global. Este processo depende de outras áreas mais afastadas que processam o mesmo tipo de informação”, salienta, citado pela UC, Jorge Almeida.

Para além da coautoria do artigo, a equipa do Proaction Lab foi também responsável pela conceção da imagem que faz capa desta edição (volume 117) da Cortex, ilustrando “um modelo de cérebro constituído por fios (em que o elétrodo representa o estímulo e a luz é a resposta a esse estímulo, numa região afastada do cérebro)”, detalha a UC.

“O conceito que melhor explica a nossa investigação é o do funcionamento do cérebro em rede, que está evidenciado na imagem pelos cabos eletrónicos que o constituem”, explica ainda o investigador e diretor do Proaction Lab.

No estudo foram utilizadas “técnicas de neuroestimulação não-invasivas para temporariamente ativar uma área do cérebro”, indica a UC, adiantando que, com recurso ao “método de ressonância magnética funcional”, foram medidas “as respostas neuronais nas restantes áreas dessa mesma rede”.

O modelo, conclui Jorge Almeida, “ilustra ainda que o local onde é feita a estimulação gera uma resposta numa zona mais afastada, demonstrando que as áreas estão conectadas”.

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