Em comunicado enviado hoje à agência Lusa, a academia minhota explica que a bolsa atribuída a Neide Vieira, de 32 anos e a o pós-doutoramento no Instituto de Investigação em Ciências da Vida e da Saúde (ICVS), na Escola de Medicina da Universidade do Minho, em Braga, distingue os jovens investigadores "mais promissores do mundo" naquela área de estudo.
Segundo o texto, a investigadora pretende "apoiar novas estratégias para prevenir, retardar e reduzir" o declínio cognitivo.
"Os mecanismos moleculares subjacentes ao envelhecimento e a doenças associadas, como as neurodegenerativas, não são ainda completamente conhecidos. Acredita-se que se prendam em parte com a desregulação do equilíbrio proteico no interior das células, ou seja, que diferentes proteínas se apresentem em maior ou menor quantidade, conduzindo a uma disfunção celular", explica a investigadora no texto.
A UMinho explica que "o estudo das proteínas envolvidas na manutenção daquele equilíbrio é, por isso, essencial" pelo que um dos objetivos da investigação de Neide Vieira é "compreender como a expressão e função de certas proteínas muda durante o envelhecimento e na presença de fatores ambientais de risco".
Em concreto, "de que forma estas alterações podem afetar negativamente o sistema nervoso central, nomeadamente a memória e a aprendizagem, através da desregulação da neurotransmissão", sustenta a investigadora cujo estudo, que inclui testes com roedores, vai ser realizado em colaboração com o Instituto de Biologia Molecular e Celular de Singapura.
A "NARSAD Young Investigator Grant" foi atribuída pela Brain & Behavior Research Foundation (EUA), a entidade que mais apoia a pesquisa em neurobiologia no mundo, tendo o júri de avaliação incluido dois Prémios Nobel.
Neide Vieira nasceu em 1984 em Pretória (África do Sul), filha de portugueses, tendo-se licenciado em Biologia Aplicada.
A investigadora doutorou-se em Ciências Biológicas pela UMinho, em parceria com a Universidade de Aberdeen (Reino Unido) e conta com trabalhos desenvolvidos no Instituto Jacques Monod e na École Normale Supérieure (França).
A cientista fez depois um pós-doutoramento na Universidade de Nova Iorque (EUA) e desenvolve outro em Neurociências na UMinho, contando ainda com cursos avançados na Arménia, Suíça, Grécia, Espanha.
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